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Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra

Sep 17, 2024 Ai IDOPRESS

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,durante cerimônia no Palácio do Planalto — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 16/09/2024 - 20:17

"Lula sanciona desoneração da folha até 2024"

Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento para setores específicos até 2024,com reoneração gradual a partir de 2025. Acordo entre governo e Congresso prevê compensações fiscais,como recolhimento de recursos não reclamados e repatriação de valores no exterior. A medida visa equilibrar as contas públicas e foi motivada por decisão do STF.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou,nesta segunda-feira,o projeto de lei que trata da desoneração na folha de pagamento de empresas de 17 setores intensivos em mão de obra e prefeituras de até 156 mil habitantes.

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A proposta mantém a desoneração em 2024 e prevê uma reoneração gradual a partir de 2025. O texto,resultado de um acordo construído entre o governo federal e o Congresso,define medidas de compensação fiscal. O texto foi aprovado na Câmara na semana passada.

O presidente do Senado,Rodrigo Pacheco (PSD-MG),disse em nota que a sanção "encerra um longo caminho de amadurecimento das discussões entre o governo e o Congresso Nacional sobre o tema".

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"O consenso alcançado representa uma solução muito favorável para os setores da economia e,principalmente,para os municípios brasileiros,que passam a contar com uma medida muito relevante ao equilíbrio das contas públicas”,diz Pacheco.

Desoneração

A desoneração da folha das empresas substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% de setores que são grandes empregadores por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Essa troca diminui custos com contratações para 17 setores,como têxtil,calçados,construção civil,call center,comunicação,fabricação de veículos,tecnologia e transportes.

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O projeto aprovado prevê uma reoneração gradual das empresas. Em 2024 a desoneração se mantém da forma como é feita hoje. Mas a contribuição sobre a folha de pagamento passará a crescer a partir do ano que vem: será de 5% em 2025,de 10% em 2026,de 15% em 2025 e chegaria em 20% em 2028. Ao mesmo tempo,a cobrança sobre o faturamento diminui,para equilibrar a alíquota final.

O autor do projeto é o senador Efraim Filho (União-PB),que assumiu a tarefa após o governo desistir de acabar com a desoneração por meio de uma medida provisória (MP).

Compensações

O projeto permite o governo a recolher recursos esquecidos em contas bancárias que não foram reclamados pelos titulares. São R$ 8,56 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR). E também autoriza recolher os valores de depósitos judiciais não sacados.

Na lista de compensações,está a repatriação de recursos depositados no exterior por brasileiros,mediante pagamento de Imposto de Renda. Nesse caso,não seria necessário trazer recursos para o Brasil,mas apenas regularizá-los.

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Também permite a atualização do valor de bens,especialmente de imóveis,e cobrar um Imposto de Renda reduzido sobre o ganho de capital. Hoje,o IR sobre ganho de capital sobre imóveis é cobrado na venda. A ideia é permitir antecipar a atualização de capital com uma alíquota reduzida ao se pagar IR.

Outra saída é criar uma espécie de Refis apenas sobre multas aplicadas por agências reguladoras e que ainda não entraram na dívida ativa. Também faz parte do projeto usar recursos depositados em contas judiciais e que os detentores desse direito não sacaram o dinheiro.

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A lista inclui ainda a economia prevista com cortes de despesas de benefício pagos de forma irregular ou alvo de fraudes. E a taxação de compras abaixo de U$ 50,esta última já sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Acordo com o STF

Governo e Congresso fecharam um acordo para a compensação do impacto fiscal e uma reoneração gradual da folha após o ministro Cristiano Zanin,do Supremo Tribunal Federal (STF),suspender a medida. O ministro deu como prazo para acordo até a quarta-feira da semana passada,mas esse prazo foi ampliado para dar tempo à sanção.

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Em junho,o presidente do Senado,devolveu parte de uma MP do governo que limitava créditos de PIS/Cofins de empresas como forma de compensação. O governo esperava cerca de R$ 29 bilhões com a medida neste ano. A partir daí,foi reaberta a negociação para encontrar outras fontes de recursos.

O texto original,no entanto,estabelecia dois prazos para que esses valores pudessem ser reclamados: 30 dias após a publicação da lei e 31 de dezembro de 2027. Este segundo prazo,o mais longo,foi vetado,para evitar textos conflitantes,na avaliação do governo.

Outros três trechos tratam de detalhes da negociação de créditos não tributários,incluindo a criação das Centrais de Cobrança e Negociação de Créditos Não Tributários.

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