A margem financeira do grupo BCP (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) caiu ligeiros 0,3% para 2.110,8 milhões de euros,enquanto as comissões cresceram 4% para 601,8 milhões de euros.
Os resultados do BCP,hoje divulgados,incluem 347,6 milhões de euros para imparidades e provisões de riscos legais relacionadas com os créditos concedidos em francos suíços na operação na Polónia (ainda assim menos 28% do que nos primeiros nove meses de 2023).
O BCP tem um importante banco na Polónia (Bank Millennium),que tem impactado a atividade devido a créditos hipotecários concedidos no passado em francos suíços.
O BCP registou ainda encargos de 62,4 milhões de euros na rubrica 'resultados de modificações',o que diz ser sobretudo resultado de renegociações de contratos de crédito em francos suíços e extensão das moratórias de crédito na Polónia.
A carteira de crédito progrediu 1,5% para 57.500 milhões de euros em setembro,dos quais 28.600 milhões de euros referentes à habitação,21.500 milhões de euros a empresas e 7.400 ao crédito pessoal e outros.
Por geografias,na operação em Portugal o grupo BCP teve lucros de 606 milhões de euros,mais 8,8% do que em termos homólogos.
Na Polónia teve lucros de 127 milhões de euros,mais 19%,e em Moçambique teve lucros 63,6 milhões de euros,menos 5,7% em termos homólogos.
Na conferência de imprensa hoje realizada,o presidente do BCP,Miguel Maya,destacou os resultados da operação na Polónia e considerou que o Bank Millennium "está preparado para um novo ciclo,um novo plano estratégico".
O Bank Millennium tem vindo a fazer acordos extrajudiciais com clientes com créditos em francos suíços para reduzir os riscos deste processo,tendo feito 3.193 entre janeiro e setembro com um custo de 84,5 milhões de euros. Ainda nos primeiros nove meses,entraram 4.700 novos processos em tribunal.
Segundo o BCP,o crédito hipotecário em francos suíços representa cerca de 2% do crédito a clientes na Polónia. Quanto a processos individuais em tribunal,em setembro ascendiam a 22.260.
Até setembro,as comissões representaram 601,acima dos 578,5 milhões de euros verificados em igual período do ano anterior.
Só em Portugal,o valor das comissões foi de 434,9 milhões de euros,quando no acumulado dos primeiros nove meses do ano anterior foi de 419,8 milhões de euros.
Os custos operacionais,por seu turno,atingiram 946,valor que compara com os 854,6 milhões de euros registados no período homólogo.
O resultado operacional cedeu,no período em análise,9,9% para 1.745,6 milhões de euros.
Entre janeiro e setembro,o crédito malparado (NPL) registou uma quebra de 92 milhões de euros ou de 6%,passando de cerca de 2.000 milhões de euros para 1.930 milhões de euros.
O número de trabalhadores do BCP manteve-se inalterado em 6.275 e o de sucursais fixou-se em setembro em 397,menos três do que um ano antes.
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