Turismo médico — Foto: Freepik
GERADO EM: 18/11/2024 - 19:31
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Após a pandemia,as viagens internacionais voltaram a ganhar força e,nos últimos tempos,temos notado um expressivo crescimento do “turismo médico”,ou seja,de pessoas que se deslocam entre países em busca de tratamentos de saúde em diferentes especialidades.
Os números recentes impressionam. Os valores movimentados pelo turismo médico no mundo têm crescido entre 15% a 25% por ano. Em 2022,a estimativa era de que este mercado estava avaliado em US$ 7 bilhões somente na América Latina. E a previsão é que supere os US$ 17 bilhões até 2027,segundo dados apresentados pela empresa alemã Statista.
O turismo médico inclui uma série de atendimentos em saúde,considerando tanto os eletivos,como procedimentos estéticos,odontológicos ou cosméticos,como também consultas e exames de especialidades médicas como cardiologia,oncologia,neurologia e ortopedia — e até mesmo modalidades de cirurgias de alta complexidade.
O Brasil,principalmente o eixo Rio-São Paulo — mas não só ele — tem se destacado como uma das referências nesse mercado na América Latina,por alguns fatores. O primeiro é que o país conta com profissionais altamente qualificados,além de diversos hospitais e clínicas de ponta,que oferecem atendimento de excelência tanto para os brasileiros em trânsito quanto para os estrangeiros.
Na esteira dessa tendência,foram criados serviços especializados em cuidar do paciente que vem a São Paulo para se tratar,e que oferecem soluções de “home” e “hotel care”,transporte,nutrição,acompanhante,agendamento de exames ambulatoriais ou hospitalares,reservas em restaurantes e até de tradutor para estrangeiros que não falam português.
O segundo motivo apontado para o destaque do Brasil no turismo médico está atrelado aos custos. Os preços de atendimentos de saúde no país são considerados baixos por turistas que vêm de países como os EUA,onde não há sistema público de saúde para todos,ou de viajantes de lugares como o Canadá e a Europa,que preferem fazer esses procedimentos aqui,uma vez que os valores cobrados são mais baixos.
Há outros centros fortes de turismo médico onde os preços também são baixos. É o caso de países como Singapura,México,Costa Rica,Turquia,Tailândia,Malásia e Índia. Alguns desses países contam com investimento massivo dos respectivos governos na captação e recepção dos turistas para impulsionar o mercado,reconhecendo o impulso que viajantes podem trazer para a economia local. O Brasil ainda não conta com esse tipo de incentivo governamental,e por isso foca na qualidade dos atendimentos,na excelência de suas instituições de saúde e na tecnologia avançada para exames de imagem e cirurgias.
O Brasil foi o primeiro,depois dos EUA,a receber o credenciamento da Joint Commission International (JCI) para seus centros médicos,garantindo altos padrões internacionais de segurança e qualidade nos cuidados. Existem mais de 50 centros médicos no Brasil que conquistaram este selo,o que atrai os estrangeiros.
Hoje os maiores polos de turismo médico no Brasil estão em São Paulo,Recife,Rio de Janeiro,Porto Alegre e Curitiba. Cerca de 14% desses procedimentos no país são solicitados por pacientes estrangeiros,segundo a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS).
Esses números mostram que o Brasil tem um imenso potencial neste mercado,mas é necessária articulação com hospitais,planos de saúde e entidades de turismo,além de serviços especializados em cuidar da estada do paciente em todas as suas necessidades. Buscar a captação de clientes e mostrar que temos equipes qualificadas tanto para o atendimento em saúde como para o acolhimento em vários idiomas,além de oferecer comodidade e suporte. Com isso,o turismo médico avançará ainda mais no país,contribuindo para movimentar a economia e auxiliar quem mora no exterior e precisa de atendimento em saúde a preços que cabem no bolso.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro