Lula não quer sair da sala de negociação com líderes do G20 — Foto: EVARISTO SA / AFP
GERADO EM: 18/11/2024 - 21:17
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja Lula da Silva retornaram das reuniões oficiais da Cúpula do G20 pouco depois das 20h desta segunda-feira. O casal ofereceu uma recepção oficial aos líderes de todos os países participantes no início da noite.
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Ao chegar,o presidente foi recebido pelos poucos olhares curiosos que estavam o aguardando na porta do hotel. A cuidadora Maria Cristina Rondon,de 69 anos,ficou desde as 16h30 esperando o presidente Lula retornar da reunião da Cúpula do G20. Maria se diz fã do presidente e ficou em frente ao hotel Fairmont,onde ele está hospedado,até Lula aparecer.
— A oportunidade que eu tenho de ver ele é hoje — afirmou,antes do chefe do Executivo aparecer.
Maria relatou que acompanha o presidente desde “muito nova” e que passou a apreciá-lo por conta da mãe. Ela conta também que quando Lula foi preso,seguiu como admiradora.
— Nessa época,eu rezei muito por ele. Pedi também por ele agora,quando bateu a cabeça. Porque eu gosto muito dele.
Quando o presidente chegou,Maria não conteve as lágrimas e gritou,pedindo ao presidente uma foto. Lula acenou,mas não parou para falar com ela e outras pessoas que estavam o aguardando.
Por outro lado,outros não estavam tão felizes em vê-lo. Uma das clientes de um restaurante próximo ao hotel Fairmont recebeu Lula aos gritos com insultos. A mulher chamou a atenção dos seguranças do presidente,e um deles foi conversar com ela logo em seguida.
O presidente também reuniu alguns estrangeiros que estavam curiosos,esperando a hora em que ele chegasse. A alemã Yamila Cairs Mätzner,de 19 anos,estava desde as 18h em frente ao hotel do presidente. Ela,que está há um mês no Brasil,também espera ver o primeiro-ministro da Alemanha,Olaf Scholz.
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O chanceler alemão chegou pouco menos de uma hora depois do presidente Lula ao Fairmont. Yamila chamou-o em alemão e foi prontamente atendida por Scholz. Ele tirou fotos com ela e com outros presentes na porta do hotel.
Além dela,o argentino Mario Ruiz,de 35 anos,filmou toda a movimentação das delegações desde que chegou. Ele se diz crítico ao governo de Javier Milei e,no embate entre o presidente argentino e Lula,prefere ficar ao lado do brasileiro.
Pouco tempo após a chegada do presidente Lula,o primeiro-ministro do Reino Unido,Keir Starmer,também chegou ao Fairmont. Porém,a comitiva britânica está no hotel Fasano,no Arpoador. Não se sabe o motivo da passagem dele pelo hotel de Copacabana.
A reunião bilateral de Lula com o premier britânico está marcada para amanhã,assim como a do presidente dos EUA,Joe Biden,e do primeiro-ministro do Japão,Shigeru Ishiba. As reuniões bilaterais serão no Museu de Arte Moderna (MAM),na Zona Sul do Rio de Janeiro,no último dia da cúpula dos chefes de Estado do G20.
Em seu discurso de abertura,Lula afirmou que recentes impasses sobre questões globais,como o clima,mostram que "a diplomacia vem perdendo terreno para a intransigência". A reforma das instituições é uma bandeira da presidência brasileira do grupo,e uma antiga pauta do Itamaraty,mas cujas chances de obter sucesso — em especial no Conselho de Segurança — parecem distantes.
Citando a crise financeira de 2009,quando países despejaram bilhões de dólares para impulsionar as economias e evitar a quebra de instituições financeiras,Lula afirmou que o crescimento global foi retomado,mas de forma desigual,prejudicando as nações em desenvolvimento.
— Não é surpresa que a desigualdade fomente ódio,extremismo e violência. Nem que a democracia esteja sob ameaça. A globalização neoliberal fracassou — disse Lula. — Impasses recentes em torno do Tratado de Pandemias,do Pacto para o Futuro e da COP da biodiversidade de Cáli mostram que a diplomacia vem perdendo terreno para a intransigência.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro