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Maioria das candidaturas nas florestas não é financiada

Jun 20, 2024 Artes IDOPRESS

Salientando que as verbas da Política Agrícola Comum (PAC) são uma fonte de financiamento importante "para contrariar o abandono das florestas",o Centro PINUS diz que os dados mostram que esses apoios,enquadrados no programa chamado PDR2020,são insuficientes e de difícil acesso,"sobretudo para zonas do país mais vulneráveis aos incêndios".

Os dados do relatório hoje publicado indicam que a taxa média de aprovação de candidaturas para investimento na floresta e sua gestão é de 34%,sendo de 22% a taxa de aprovação das candidaturas destinadas à prevenção.

"Face a estes resultados,o Centro PINUS alerta que o mais provável é que uma candidatura de prevenção de incêndios nunca chegue ao terreno por falta de verba",diz a associação. E acrescenta que o apoio após acontecer um incêndio é muito mais provável.

Desde 2014 houve 23 períodos de receção de candidaturas após incêndio e para a prevenção houve apenas nove períodos,segundo o documento.

O Centro PiNUS fala ainda de outras percentagens que considera preocupantes,com a gestão de combustível a representar apenas 28% da despesa dos projetos de prevenção,sendo a maior fatia,47%,para prevenir pragas e doenças.

No início deste ano o Alentejo e Ribatejo concentraram 47% das verbas contratualizadas (percentagem idêntica dos últimos cinco anos),o que mostra outro problema,o financiamento apenas ser acessível para propriedades com alguma dimensão.

"Uma candidatura de apoio a proprietários e gestores florestais demora duas a três semanas a preparar. As exigências são as mesmas para 0,5 ou 5.000 hectares. Obviamente,apenas para grandes áreas se justifica o investimento de preparação de uma candidatura",explica a associação.

O Centro PINUS alerta ainda que o programa que sucede ao PDR2020,o PEPAC,tem o mesmo tipo de apoios para a floresta e as verbas serão insuficientes "e chegarão em menor quantidade às regiões com maior vulnerabilidade aos incêndios".

O Centro PINUS foi na terça-feira ouvido em audiência na comissão da Agricultura da Assembleia da República,destinada a expor preocupações e propostas para a fileira do pinho.

O Centro Pinus foi criado em 1998 para promover a importância ambiental,social e económica do pinheiro-bravo na floresta portuguesa.

A associação reúne os principais intervenientes da fileira do pinho,incluindo representantes da produção florestal,dos prestadores de serviços,das indústrias,da administração pública,do ensino superior e do setor financeiro.

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