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Desigualdade no tratamento do câncer de próstata no Brasil

Apr 8, 2025 Artes IDOPRESS

Médico conversa com paciente homem em consultório — Foto: Freepik.com

RESUMO

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GERADO EM: 07/04/2025 - 21:39

Desigualdade no tratamento do câncer de próstata no Brasil: SUS x privado.

A desigualdade no tratamento do câncer de próstata no Brasil destaca-se pelo acesso desigual a diagnósticos precoces e terapias entre o SUS e a rede privada. Estudos mostram que pacientes do SUS,que representam 85% dos casos,têm menor sobrevida devido a diagnóstico tardio e acesso limitado a tratamentos. A diferença de sobrevida chega a 40%,ressaltando a necessidade urgente de investimentos e esforços conjuntos para melhorar o acesso e desfechos no tratamento.

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O câncer de próstata é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil,sendo a neoplasia mais incidente entre os homens,representando 29% dos casos de câncer nesse grupo. Anualmente,mais de 71 mil brasileiros recebem esse diagnóstico,segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Apesar dos avanços no tratamento,há uma disparidade significativa nos desfechos clínicos entre pacientes atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS) e aqueles tratados na rede privada. Entendo que o SUS tem inúmeras qualidades e é fundamental para a garantia do direito à saúde em nosso país. Mas há algumas áreas,como a oncologia,em que ainda necessitamos de um esforço conjunto entre governos,instituições de saúde e sociedade civil para garantir que todos os pacientes tenham acesso ao diagnóstico precoce e terapias eficazes.

Um estudo recente publicado no Journal of Clinical Oncology,que tive a satisfação de liderar,investigou o impacto da fonte de financiamento (pública versus privada) na sobrevida global de homens com câncer de próstata no Brasil. A pesquisa analisou retrospectivamente 25.009 pacientes com câncer de próstata em São Paulo,diagnosticados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017. Os resultados mostraram que 85% dos pacientes eram atendidos pelo sistema público de saúde e apresentavam taxas de sobrevida significativamente inferiores às dos pacientes tratados na rede privada. As taxas estimadas de sobrevida em cinco anos foram de 76,2% para o grupo público e 86,9% para o grupo privado.

Essas disparidades podem ser atribuídas a diversos fatores,incluindo diagnóstico tardio,acesso limitado a tratamentos avançados e infraestrutura inadequada no sistema público.

Infelizmente,esse não é um caso isolado,e estudos anteriores corroboram esses achados. Uma pesquisa apresentada em 2023 pelo Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG),na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica,analisou 132 mil pacientes diagnosticados com 17 tipos de câncer em 19 hospitais do Rio Grande do Sul. Para 13 desses tipos,incluindo o câncer de próstata,a sobrevida em cinco anos foi menor entre os pacientes tratados no SUS em comparação com aqueles na rede privada.

Já agora em 2025,um outro trabalho,também conduzido pelo LACOG,avaliou dados de 590 homens com câncer de próstata metastático em 18 hospitais brasileiros. Os resultados mostraram que pacientes tratados na rede privada apresentaram uma sobrevida global 40% maior em comparação aos atendidos pelo SUS. Em termos absolutos,essa vantagem corresponde a aproximadamente 20 meses de sobrevida mediana. Quando analisamos a sobrevida específica do câncer de próstata,observamos que 90% dos pacientes da rede privada apresentaram melhores desfechos,com um ganho de 30 meses em relação aos atendidos pelo SUS.

Um dos principais fatores que explicam essa diferença é o acesso a tratamentos de última geração. Aproximadamente 65% dos pacientes tratados no SUS receberam terapias mais limitadas,enquanto na rede privada o acesso a medicamentos inovadores foi significativamente maior. Além disso,os pacientes atendidos no sistema público frequentemente apresentam diagnóstico em estágio mais avançado da doença,o que reduz as possibilidades terapêuticas e impacta negativamente o prognóstico.

Essa diferenciação é alarmante e exige ações imediatas. Precisamos de mais investimentos estratégicos no controle do câncer no Brasil,buscando garantir diagnóstico em tempo oportuno e mais acesso tratamentos inovadores,independentemente da condição socioeconômica do paciente. Somente através de um esforço conjunto será possível reduzir as desigualdades e melhorar os desfechos para os homens brasileiros afetados pelo câncer de próstata.

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