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Segurar o yuan ou desvalorizar moeda para compensar tarifas dos EUA? Entenda o dilema da China

Apr 8, 2025 Artes IDOPRESS

Os rendimentos dos títulos públicos de referência da China caíram para uma baixa recorde na segunda-feira — Foto: Bloomberg

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GERADO EM: 07/04/2025 - 21:43

China considera desvalorização do yuan em resposta a tarifas dos EUA

A China enfrenta um dilema sobre desvalorizar o yuan para mitigar tarifas dos EUA,em meio à guerra comercial acirrada. O Banco Central chinês está prestes a revelar sua posição,com rumores de que o yuan pode ultrapassar a linha de 7,20 por dólar. A desvalorização poderia reequilibrar exportações,mas agravaria tensões com os EUA e a saída de capitais. A decisão impactará a volatilidade do mercado e a economia chinesa.

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Uma escalada dramática na guerra comercial colocou a China em uma encruzilhada,com os formuladores de políticas prestes a decidir se devem manter um controle rígido sobre o yuan ou permitir que ele se enfraqueça para compensar parte dos impactos das tarifas dos EUA.

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Nesta segunda-feira,Pequim enfraqueceu a taxa de referência diária do yuan para apenas 0,03% de distância de 7,20 por dólar,um nível rigidamente protegido pelas autoridades desde a eleição do presidente Donald Trump,em novembro.

A medida alimentou apostas de que a China pode permitir que a moeda ultrapasse essa linha vermelha informal para aumentar a atratividade de suas exportações e impulsionar o crescimento.

O chamado fixing limita os movimentos do yuan onshore em 2% para qualquer lado.

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Independentemente de o banco central decidir ou não liberar o yuan agora,os mercados financeiros da China parecem prestes a enfrentar uma alta volatilidade. Permitir que a moeda administrada se desvalorize bruscamente pode aumentar as apostas negativas contra a economia,agravar a saída de capitais,antagonizar os EUA e reduzir as perspectivas de quaisquer negociações comerciais.

No entanto,manter a taxa de câmbio artificialmente forte pode enfraquecer as exportações e prejudicar ainda mais a economia,que já está em dificuldades.

— O fixing pode ultrapassar a marca dos 7,20 — observada de perto — na terça-feira — escreveu Joey Chew,chefe de pesquisa em câmbio da Ásia do HSBC Ltd. em Cingapura,em nota. Um certo grau de desvalorização do yuan seria um resultado natural dos persistentes desequilíbrios entre oferta e demanda no mercado cambial doméstico,além da possível retomada do afrouxamento monetário por parte do banco central em algum momento,acrescentou.

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Uma provável recalibração da estratégia cambial da China já estava no radar dos operadores desde o início do segundo mandato de Trump,mas os formuladores de políticas prometeram repetidamente manter o yuan estável.

Agora,os investidores buscam novas pistas do banco central sobre sua posição em relação à moeda,após Trump anunciar as tarifas mais elevadas dos EUA em um século,provocando ondas de choque nos mercados.

Os rendimentos dos títulos públicos de referência da China caíram para perto de mínimas históricas nesta segunda-feira,com as expectativas de novas medidas de estímulo por parte do PBOC para apoiar a economia diante das últimas tarifas.

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O banco central vinha adiando cortes na taxa de juros devido à preocupação de que tal movimento pudesse minar ainda mais a atratividade do yuan e estimular a compra especulativa de títulos.

A moeda chinesa já dá sinais de risco de desvalorização. Nesta segunda-feira,ela atingiu o nível mais fraco em quase três meses com a retomada das negociações após um feriado durante o qual a China anunciou medidas de retaliação,incluindo tarifas proporcionais sobre todos os produtos americanos e controle de exportações de terras raras.

Também nesta segunda-feira,Trump ameaçou impor impostos adicionais de 50% sobre importações da China caso o país não retire seus planos de responder às tarifas já anunciadas por ele.

— Depois que o mercado viu a firme retaliação da China na sexta-feira,a expectativa de que a China acabará por desvalorizar a moeda aumentou,e essa pressão não desaparecerá facilmente — disse Ju Wang,chefe de câmbio e taxas da Grande China no BNP Paribas SA.

Riscos de desvalorização

Um número crescente — embora não consensual — de analistas está prevendo quedas acentuadas no yuan no futuro próximo. O Wells Fargo & Co. vê riscos de uma desvalorização deliberada de até 15% em um período de dois meses. A China também poderia — ir com tudo —,ou até 30%,caso opte por direcionar o yuan,segundo o Jefferies Financial Group.

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Mas a maioria espera um movimento menos dramático. — Esperamos que o Banco Popular da China permita um enfraquecimento adicional do fixing,mas de forma gradual,e não uma desvalorização brusca de uma só vez — disse Khoon Goh,chefe de pesquisa da Ásia no Australia & New Zealand Banking Group.

E mesmo que o sentimento negativo comece a prevalecer,o PBOC tem muitas ferramentas para conter a volatilidade do mercado. No passado,o banco central já utilizou instrumentos como ajuste da liquidez cambial e emissão de títulos offshore para frear a queda do yuan.

A extremidade inferior da banda de negociação do yuan ficará em torno de 7,35,caso o PBOC defina o fixing em 7,2,segundo cálculos da Bloomberg com base na faixa de negociação de 2% da moeda. O yuan onshore era negociado em torno de 7,32 nesta segunda-feira.

— O PBOC provavelmente permitirá que o fixing suba nos próximos dias,assim como reduzirá as taxas — escreveram estrategistas do Citigroup Inc.,incluindo Rohit Garg,em nota. — O PBOC permitirá que o fixing eventualmente ultrapasse 7,20.

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