Centro de atendimento ao trabalhador em Brasília: pedidos de seguro-desemprego podem ser feitos presencialmente — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
GERADO EM: 12/09/2024 - 04:00
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O perfil de quem solicita seguro-desemprego tem passado por mudanças. A principal delas é o grau de instrução desses profissionais. Cerca de oito em cada dez pedidos foram feitos por pessoas que tinham no mínimo o ensino médio completo. Esse grupo representava menos da metade das solicitações há 13 anos.
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Um levantamento da LCA Consultores,com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),conduzido pelo economista Bruno Imaizumi,apontou que,em 2011,51,3% dos profissionais que solicitaram o benefício tinham até o ensino médio incompleto. Já outros 48,7% tinham concluído pelo menos essa etapa da formação escolar.
Uma situação bem diferente da constatada em julho deste ano,em que 76,4% das solicitações foram feitas por pessoas que tinham pelo menos a última etapa da educação básica.
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Segundo o estudo,o aumento nos números de pedidos de seguro por pessoas mais escolarizadas reflete “mudanças que ocorreram na demografia e no mercado de trabalho brasileiro na última década”,com a população acumulando mais anos de estudo. Outro fator é que o mercado de trabalho está aquecido,e os profissionais mais qualificados conseguem novos empregos mais facilmente.
— Em um momento de aquecimento do mercado de trabalho,é claro que o trabalhador mais escolarizado tem mais chances de se recolocar. Como se importa menos em perder o trabalho,ele geralmente procura acordos para deixar a empresa — afirma o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Renan Pieri.
Em dezembro de 2011,% tinham ensino médio incompleto e 48,7% tinham ensino médio incompletoEm julho de 2024,23,6% tinham ensino médio incompleto e 76,4% tinham ensino médio completo
Outro fator analisado pelo levantamento foi a faixa etária dos solicitantes. Cerca de 32% dos pedidos foram feitos por profissionais com 40 anos ou mais. Já o grupo na faixa de 18 a 24 anos,respondeu com cerca de 18%.
Pieri afirma que as projeções são de estabilidade em relação aos números de pedidos de seguro-desemprego para o próximo ano.
— Em tese,o mercado de trabalho deve atingir um platô de geração de vagas. E deve se manter no mesmo nível de solicitações do seguro — opina.
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