Mosaico organizado pela torcida do Botafogo na final da Libertadores — Foto: Davi Ferreira
GERADO EM: 30/11/2024 - 22:51
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Um a menos,muitos a mais. Com um expulso antes do primeiro minuto,o Botafogo precisou contar com o apoio de sua torcida,maioria no Monumental de Núñez — e por que não,também dos 50 mil que emanaram boas energias do Estádio Nilton Santos — para se encher de coragem e conquistar a Libertadores da América após vencer o Atlético-MG,ontem,por 3 a 1,em jogo épico.
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Desde muito cedo no estádio do River Plate era possível perceber que os alvinegros cariocas seriam maioria — a bem verdade,o fato foi perceptível durante toda a semana nas ruas da capital argentina. O sol forte no estádio,que tem maioria dos assentos abertos,castigou. Picos de pressão,pessoas se protegendo com a folha do mosaico ou com as camisas na cabeça eram cenas comuns. Filas enormes para comprar uma garrafa de água não ajudavam a aliviar o calor.
Mas isso não diminuiu a festa preparada no pré-jogo — o que viria depois teria que esperar longuíssimos 90 minutos e todo o tempo de acréscimos. O famoso mosaico do alvinegro cobriu parte dos torcedores que lotou o setor exclusivo.
Como prometido pelo “Movimento Ninguém Ama Como A Gente”,coletivo de alvinegros responsável pela organização e produção de mosaicos do time,a torcida fez um deles pela primeira vez fora do país. Uma bandeira do clube foi montada no anel superior do setor atrás do gol do estádio. Além disso,faixas foram atravessadas no anel inferior do mesmo local.
Quando o jogo começou,às 17h,o sol baixou,mas o alívio durou poucos segundos. A rara confiança e flagrante otimismo da torcida se esvaiu enquanto Gregore deixava o campo,expulso. Do nervosismo,veio um misto de incredulidade e festa com os gols de Luiz Henrique e Alex Telles. O título estava perto e a ansiedade era palpável.
Difícil não usar mais adjetivos. Angustiante talvez seja o que resuma o clima na arquibancada do Monumental no segundo tempo. Ao menos até o último minuto,com o gol de Júnior Santos. O grito de campeão saía tão rasgado que parecia trazer os anos de espera vindos das cordas vocais. As lágrimas — eram crianças e idosos aos prantos —,traziam o alívio de uma torcida que,finalmente,podia chorar em paz.
Durante o pódio,John Textor foi ovacionado,assim como Luiz Henrique e Barboza. E o Atlético-MG ouviu com ironia o “Eu acredito” vindo da arquibancada do Botafogo. Só o primeiro chiste de uma massa em êxtase,que também cantou alto que “Botafogo é bairro”,música que os rivais entoavam para provocar a falta de títulos. O bairro,agora,é o dono de um continente inteiro.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro