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Filho de vereador preso em operação contra o PCC é candidato em São Paulo

Aug 22, 2024 estilo de vida saudável IDOPRESS

Flávio Batista de Souza,o Inha,renunciou ao mandato na segunda-feira e teve a liberdade concedida — Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos

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GERADO EM: 22/08/2024 - 03:31

Filho de vereador preso se candidata após esquema do PCC em SP

Filho de vereador preso por esquema ligado ao PCC em SP se candidata ao mesmo cargo. Operação Munditia revelou corrupção de R$200 mi em contratos públicos. Ewerton Souza disputa eleições,enquanto pai renuncia e é solto. Caso destaca relação entre poder público e crime organizado.

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O filho de um ex-vereador de Ferraz de Vasconcelos (SP) que passou os últimos quatro meses preso sob suspeita de envolvimento num esquema criminoso ligado ao PCC registrou candidatura para concorrer ao mesmo cargo do pai.

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Ewerton de Lissa Souza (Podemos) é filho de Flávio Batista de Souza,que estava preso desde abril,quando foi deflagrada a Operação Munditia. Conhecido como “Inha”,Flávio renunciou ao mandato na semana passada e pegou carona em um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a outro investigado,de Cubatão (SP),que também havia abandonado seu cargo e que ganhou o direito de deixar a prisão para cumprir medidas cautelares. A soltura de Inha foi concedida pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos no mesmo dia de sua renúncia.

Na denúncia oferecida à Justiça,o Ministério Público de São Paulo (MP-S) afirmou que Inha integrava um dos “polos de corrupção” no poder público que se relacionava com o crime organizado. Os investigadores identificaram conversas entre o então vereador e o empresário apontado como dono das empresas que simulavam concorrência em licitações para obter contratos públicos em nome do PCC.

Segundo os promotores,Inha “tratava diretamente” da “repartição de valores”,e chegou a reclamar da propina oferecida pelo outro suspeito.

— Então,mas essa sua matemática está errada. Viu como você é ruim de matemática? Como que você ganha tanto dinheiro assim e não sabe fazer conta? Tá,pior que você sabe,né? Por isso você ganha,né? Estou brincando. Vou mandar a conta certa para você — disse o político em áudio enviado quando ele era presidente da Câmara de Ferraz de Vasconcelos.

Ewerton,filho do político,disputará sua primeira eleição neste ano,com o nome de urna “Ewerton Inha”,em referência ao pai — que estava em seu terceiro mandato como vereador,o segundo consecutivo. Ewerton integra o diretório municipal do Podemos em Ferraz de Vasconcelos.

O GLOBO não conseguiu contato com Ewerton ou Inha. O presidente do diretório municipal do Podemos,Alvaro Costa Vieira,disse que a filiação do ex-vereador está suspensa e afirmou que a candidatura de Ewerton foi aprovada “de forma democrática” na convenção da legenda.

— Não podemos penalizar alguém por conta das ações de um familiar,para quem nem existe uma condenação. Ele tem o direito de se candidatar e quem tem que avaliar se ele merece ou não ser vereador é a população — declarou.

A Operação Munditia mirou esquema que teria movimentado R$ 200 milhões em contratos públicos em cidades paulistas. Além de Inha,outros dois vereadores foram presos: Ricardo de Oliveira (o “Ricardo Queixão”,do PSD de Cubatão) e Luiz Carlos Alves Dias (o “Luizão Arquiteto”,do MDB de Santa Isabel).

Queixão foi o primeiro do trio a ser solto,no dia 9 deste mês. O ministro Otávio de Almeida Toledo,desembargador convocado para o STJ,considerou que o vereador de Cubatão deixou de ter acesso a meios de “turbar a colheita das provas relativas aos fatos objeto da denúncia” a partir do momento em que renunciou ao seu mandato. No mesmo dia daquela decisão,a Justiça paulista concedeu liberdade a Luizão Arquiteto sob o mesmo argumento.

A relação do poder público com o PCC tem sido um dos temas da eleição também na capital paulista. Adversários têm mencionado investigações sobre o envolvimento da facção com empresas que operam linhas de ônibus na cidade para fustigar o prefeito e candidato à reeleição,Ricardo Nunes (MDB). O emedebista tem negado que compactua com as irregularidades apuradas pelo MP-SP.

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