Na senda da divulgação do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a privatização da TAP,o ministro das Infraestruturas,que foi secretário de Estado aquando da privatização da TAP em 2015,reforçou,esta terça-feira,que os resultados não afetam de forma nenhuma o Governo em funções.
"Não há fragilidade política nenhuma",garantiu o ministro. "Prosseguimos com serenidade,recato",acrescentou o social-democrata,garantindo: "Não temos nada a esconder,transparência total".
A reação de Miguel Pinto Luz acontece depois de a coordenadora do Bloco de Esquerda,Mariana Mortágua,o ter acusado de ser cúmplice do negócio,que considerou ser um "assalto",e de o ter chamado "ativo tóxico" do Governo. A bloquista desafiou ainda o primeiro-ministro a tomar uma posição sobre a continuidade do ministro.
Recorde-se que,já esta manhã de terça-feira,o ministro das Infraestruturas havia afirmado que a legitimidade das suas funções atuais pertence ao primeiro-ministro. "A legitimidade de um membro do Governo compete sempre ao primeiro-ministro. Portanto,desde o dia em que eu assumi funções,o meu lugar pertence ao senhor primeiro-ministro,e portanto a legitimidade que tenho",disse aos jornalistas,no Porto,após ser questionado sobre a legitimidade para exercer o cargo e liderar nova privatização da TAP.
"Continuarei a exercer o meu cargo com toda a competência,com toda a seriedade e com todo o comprometimento para com os portugueses",havia garantido,também esta manhã,Miguel Pinto Luz.
Miguel Pinto Luz foi secretário de Estado das Infraestruturas,Transportes e Comunicações do segundo Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP),que durou apenas 27 dias em 2015 e finalizou o processo de privatização da TAP,sendo depois derrubado por uma moção de censura da maioria parlamentar de esquerda.
Recorde-se que o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP concluiu que há suspeitas de crime na privatização da companhia aérea,que ocorreu em 2015,durante a gestão de David Neelman e Humberto Pedrosa,e recomendou o envio do documento ao Ministério Público (MP). Uma das conclusões indica que a TAP foi comprada com garantias da própria companhia aérea.
O Governo já enviou o relatório da IGF sobre a TAP ao Ministério Público e à Assembleia da República após o ter recebido na semana passada,disse também hoje o governante.
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