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Metade das crianças refugiadas ao redor do mundo está fora da escola, aponta estudo da ONU

Sep 9, 2024 estilo de vida saudável IDOPRESS

Criança ucraniana faz exercício durante aula em escola na Polônia — Foto: Wojtek RADWANSKI / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 09/09/2024 - 04:00

Crianças refugiadas na Ucrânia enfrentam crise educacional

Metade das crianças refugiadas no mundo está sem escola,com 600 mil ucranianos afetados. Relatório da ONU destaca falta de acesso à educação e desafios,enquanto aumento de deslocados chega a 120 milhões. Acnur ressalta a importância da educação para salvar vidas e futuro dos jovens. Conflito na Ucrânia gera crise educacional,com 600 mil menores fora das escolas e disparidades no acesso,refletindo desafios prolongados.

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Um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) divulgado nesta segunda-feira revelou,a partir de dados de 65 países,que metade das 14,8 milhões de crianças refugiadas ao redor do mundo está fora da escola. Segundo a agência da ONU,há uma série de razões para isso,desde a falta de políticas públicas inclusivas às barreiras linguísticas,colocando em risco o futuro de uma geração já exposta à vulnerabilidade.

Triste recorde: 120 milhões de pessoas estão deslocadas à força no mundo,segundo a ONU'Fugitivo','foragido','ilegal': Como o desconhecimento sobre a realidade de refugiados é prejudicial

De acordo com o Acnur,a média das taxas de matrícula de refugiados no ano letivo de 2022 a 2023 foram de 37% na educação infantil,65% no ensino fundamental e 42% no ensino médio. Os menores indicadores foram registrados no ensino superior,com 7% — metade da meta esperada pela agência até 2030,mas um salto em relação a 2018,quando apenas 3% estavam matriculados contra 37% dos estudantes não refugiados.

A questão se torna ainda mais urgente com o aumento crescente no número de pessoas deslocadas à força ao redor do mundo,que atingiu 117 milhões no ano passado,segundo o Acnur. Até abril deste ano,a agência estima que este número já tenha ultrapassado 120 milhões,sendo 31,6 milhões de refugiados — entre eles,7,2 milhões de jovens sem acesso à educação. A inclusão de uma proporção cada vez maior de jovens nos sistemas nacionais de educação,no entanto,leva tempo,pontua o documento.

— A educação pode salvar vidas — afirmou o Alto Comissário da ONU para Refugiados,Filippo Grandi. — A educação está associada a uma menor probabilidade de gravidez na adolescência e casamento precoce,dando às meninas a possibilidade de moldar seus próprios destinos. Para os meninos,mais anos de educação se traduzem em uma menor probabilidade de comportamento de risco e,portanto,em menos violência e vitimização. E para todos,a educação abre portas para um maior acesso ao mercado de trabalho e permite que os refugiados ganhem a vida e sustentem suas famílias.

Alerta: Mais de 2.500 migrantes morreram ou desapareceram no Mediterrâneo em 2023

Efeito da guerra na Ucrânia

A invasão da Ucrânia pela Rússia,em fevereiro de 2022,provocou o maior fluxo migratório na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Com o quarto ano letivo desde o início do conflito iniciando este mês — no Hemisfério Norte,as aulas começam em setembro —,o Acnur estima que,de uma população de 1,3 milhão de menores ucranianos que deixaram o país para fugir da guerra,600 mil estão fora da escola,um pouco menos da metade do total.

De acordo com o relatório,grande parte desses jovens sem acesso ao sistema educacional dependem exclusivamente de métodos informais de ensino,remotos e digitais,que perdem na eficiência e na socialização se comparado ao ensino regular.

Por outro lado,há enormes disparidades no acesso de menores ucranianos à educação a depender dos países que os receberam,"independentemente do tamanho das populações de refugiados em idade escolar",diz o texto. Por exemplo,97% das crianças e adolescentes ucranianos que se refugiaram na Irlanda estão matriculadas em uma instituição de ensino,enquanto esse número é de apenas 18% na Bulgária.

"Isso sugere que a emergência de refugiados na Ucrânia está evoluindo para uma crise prolongada educação de refugiados,com centenas de milhares de crianças e jovens correndo o risco de sofrer perdas de aprendizado e outros efeitos prejudiciais que podem afetar seu bem-estar bem-estar,a segurança e as perspectivas futuras por muitos anos",destaca o Acnur.

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