Novos sítios arqueológicos no Pará revelam possível culto ao sol entre povos indígenas pré-coloniais

Nas rochas às margens do rio Araguaia,gravuras rupestres atribuídas aos povos pré-coloniais compõem a paisagem — Foto: Arquivo Pessoal

No município de São Geraldo do Araguaia (PA),ao menos dois novos sítios arqueológicos,com dezenas de imagens de sol esculpidas nas rochas às margens do rio Araguaia,foram descobertos há duas semanas por pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). As representações do astro-rei,segundo especialistas,mostram que essas ilhas devem ter sido usadas por comunidades indígenas pré-coloniais para algum tipo de culto ou ritual.

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Em outros sítios,as figuras rupestres costumam ser mais heterogêneas,com traços de homens e animais,por exemplo,o que faz do achado um ponto fora da curva.

— As imagens nos remete à veneração dos povos ancestrais americanos ao sol,como já foi visto com os Incas e os Maias. Futuras pesquisas poderão identificar o que elas querem dizer — afirma Eudes Leopoldo,um dos professores da Unifesspa que participou da expedição.

Quanto a autoria das gravuras,Leopoldo arrisca dizer que elas podem ter sido feitas por indígenas ancestrais das tribos Tupi,primeiros a terem contato com os portugueses,e Aruak,característicos de regiões amazônicas,como a Ilha de Marajó,também no Pará.

Os pesquisadores foram acionados por um militar aposentado,que teria descoberto as representações enquanto pescava pelas águas do Araguaia — um dos grandes berços arqueológicos nacionais,com quase uma centena de sítios.

Turma de pesquisadores foi conferir de perto os novos achados arqueológicos — Foto: Arquivo Pessoal

A expedição levou cerca de cinco barcos até as ilhas,no dia 22 de junho,e reuniu a comunidade local em torno da novidade. Agora,a ideia é catalogar esses sítios,possibilitando transformar a área em um novo geoparque. O Brasil possui seis geoparques,a maioria deles reconhecidos nos últimos anos.

— São Geraldo do Araguaia é uma região extraordinária,com um dos maiores sítios arqueológicos de pinturas rupestres ao ar livre do mundo. Estamos falando de uma área rica em termos de sócio biodiversidade,que merece ser contemplada com isso — pontua Leopoldo.

*Estagiário sob supervisão de Cibelle Brito.