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Haddad traça piso para 'arrocho' orçamentário e inaugura política 'antirruído' com o mercado

Jul 19, 2024 Filmes IDOPRESS

Fernando Haddad em sessão na Câmara dos Deputados — Foto: Cristiano Mariz/O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 19/07/2024 - 04:30

Haddad adota política "antirruído" com mercado,congelando orçamento em R$ 15 bi

Haddad,com aval de Lula,adota política "antirruído" com mercado,anunciando congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento para evitar especulações. Medida visa estabelecer limite de gastos e evitar pressões,traçando diretrizes claras para o segundo semestre,com possibilidade de piora no bloqueio de despesas. Equipe econômica busca conter incertezas e manter controle fiscal,com Haddad indicando convicção na necessidade de medidas de contenção.

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Partiu do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a determinação para detalhar já nesta quinta-feira o tamanho da tesourada que o governo fará no orçamento deste ano. A ordem foi dada minutos antes do anúncio no Palácio do Planalto,após Lula conhecer os motivos de os técnicos recomendarem um congelamento nas despesas de R$ 15 bilhões,segundo um integrante do governo presente no encontro.

O anúncio era econômico,mas o movimento de Lula era político. Se fossem seguidos os ritos habituais,o número só seria revelado na próxima segunda-feira,quando o Tesouro Nacional apresentará o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.

O diagnóstico,no entanto,era o de que seria temerário esperar. Era preciso afastar o risco de que informações desencontradas circulassem e reduzir o espaço para especulações ao máximo.

Após semanas sob intensa pressão,o governo havia enfim interrompido a escalada do dólar ao reforçar,no dia 3 de julho,seu compromisso com as metas fiscais e definir um corte de R$ 25,9 bilhões em gastos.

De lá para cá,a ordem passou a ser a da extrema vigilância. Com aval de Lula,Haddad inaugurou a política "antirruído" na relação com o mercado.

Os movimentos dos investidores a partir de informações desencontradas vinham tirando o ministro do sério,segundo uma pessoa próxima. O chefe da equipe econômica costuma dizer que,para exercer seu cargo,é preciso se habituar com as muitas pressões. Mas a ideia de ter de apagar incêndios desnecessários andava chateando-o mais do que o habitual. O plano agora era não deixar "rastro para interpretações".

E o dólar naquela quinta-feira já havia subido com investidores ansiosos por notícias da junta orçamentária. Lula e Haddad não quiseram arriscar. O ministro postou-se frente aos jornalistas e esmiuçou o congelamento: R$ 11,2 bilhões em bloqueio diante do estouro nas despesas e R$ 3,2 bilhões em contingenciamento devido à incerteza do lado das receitas. Haddad afirmou que sua fala era justamente para evitar "especulação".

Foi a mesma justificativa usada pelo ministro na terça-feira,quando decidiu esclarecer aos repórteres o que o presidente Lula havia dito a uma emissora de televisão horas antes. Parte das declarações já corria o mercado,causando dúvida entre investidores e oscilação na cotação do dólar.

A operação política para acalmar o mercado,que se concretizou com a decisão de suspender parte da execução orçamentária,também traça balizas importantes para o segundo semestre. De forma prática,Haddad tratou de estabelecer uma espécie de piso para o arrocho orçamentário do ano.

A equipe econômica sabe que o bloqueio de R$ 11,2 bilhões não será revertido. Ele foi acionado porque despesas como as da Previdência estão vindo acima do projetado. Como o arcabouço define um limite até onde o crescimento dos gastos pode ir,o governo é obrigado a tesourar de outro lugar.

Em maio,esse teto já havia sido ampliado,o que permitiu um alívio no orçamento. Mas tal movimento não irá se repetir. Liberar novamente os R$ 11,2 bilhões,portanto,só seria possível se o trabalho de revisão de gastos já estivesse adiantado e em plena execução. Não é o caso.

Daqui em diante,o que pode acontecer é o bloqueio piorar. Essa pressão pode ser atenuada caso as receitas surpreendam,seja pela alta inesperada da economia ou por negociações no Congresso que abram espaço para mais arrecadação. Isso permitiria ao menos que o contingenciamento de R$ 3,2 bilhões seja desfeito.

Seja como for,a equipe econômica conseguiu traçar uma linha no chão. Se Lula dizia há algumas semanas que ainda precisava ser convencido sobre a necessidade de conter gastos,esse debate parece ter sido superado - ao menos,por ora. Nesta quinta,Haddad se permitiu até esboçar um sorriso ao dizer: "Se estou fazendo esse anúncio,é porque ele já foi convencido".

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