Taulapapa Sword,partidário de Trump — Foto: Eduardo Graça
Uma multidão de delegados,militantes,convidados de última hora e fãs de Donald Trump resignados que havia chegado o último dia da Convenção Republicana em Milwaukee começou a lotar o entorno do Fiserv Forum já no meio da tarde de quinta-feira. A enfermeira Judy Hon,de 71 anos,veio do Missouri e resume os quatro dias de festa da direita americana,que teve o discurso de Trump como ato final,com uma palavra: despertar.
— Falo em um despertar,pois há um componente espiritual com que não sonharíamos meses atrás. Trump não morreu no atentado por um motivo: voltar à Casa Branca e terminar sua missão — disse a militante antiaborto.
Trajetória: Em Milwaukee,Trump oficializa a terceira indicação à Presidência e o comando absoluto do Partido RepublicanoTalvez domingo: Aliados de Biden afirmam que presidente começou a aceitar a ideia de desistir das eleições
Judy Hon,partidária de Trump — Foto: Eduardo Graça
Diante de uma barreira de segurança,manifestantes de extrema direita garantiam nos megafones que a segunda vinda de Trump está próxima. Com cartazes afirmando que “relações homoafetivas são um pecado” e “o assassinato de um feto continua sendo assassinato”,receberam acenos e sinais verbais de aprovação de quem chegava à arena.
Nascido no Vietnã,cidadão americano desde 1987,o engenheiro Tien Tran,de 59 anos,veio da Califórnia para conferir o retorno do “lado certo” ao poder. Assim como Judy Hon,considerou o ponto alto do evento os relatos de cidadãos comuns que “sofreram com os anos Biden,não conseguiram pagar aluguel,tiveram pessoas da família atacadas por ilegais ou terroristas do Hamas”. Também conta que conheceu,na Flórida,o ex-presidente Jair Bolsonaro,de quem virou fã.
— Sairemos de Milwaukee ainda mais energizados e não venceremos apenas essa eleição,mas as duas próximas também,com o senador J.D. Vance — disse,fazendo referência ao candidato do partido à vice-presidência.
Origem humilde: 'Serei um vice-presidente que jamais se esquecerá de onde veio',diz J.D. Vance,vice de Trump,na Convenção Republicana
Tien Tran,partidário de Trump — Foto: Eduardo Graça
Delegado à convenção e presidente do Partido Republicano no território da Samoa Ocidental,Taulapapa Sword,67 anos,conta que essa é a segunda convenção republicana de que participa. E avalia a militância hoje “mais eletrizada do que em 2016”,quando a ex-senadora Hillary Clinton aparecia à frente nas pesquisas,mas acabou perdendo para Trump. Ele também usa a frase mais repetida do dia:
— Trump voltou para cumprir sua missão. E sua mensagem ecoa ainda mais na base por dois motivos: o país está muito pior do que há oito anos,e ele é um sujeito hoje mais espiritualizado,sobretudo depois de vencer a morte no sábado — diz Sword.
Análise: No primeiro dia da Convenção,delegados entraram em êxtase com 'São Donald Trump dos Republicanos'
A faceta messiânica do trumpismo se revela até mesmo entre os que não votarão em novembro. O francês Pascal Hochster,62,a japonesa Kumie Mimuia,71,e o italiano Suwon,35,passaram o dia percorrendo,com outros 40 militantes,áreas ao redor do Fiserv Forum. Hochster,que é casado com uma americana e vive no Tennessee,faz parte da Igreja Maga (da sigla em inglês para o movimento trumpista Faça a América Grande Novamente),que tem como símbolo um fuzil.
— O mundo está rezando para que ele traga uma América unida e forte novamente. E para que sua vitória exporte o trumpismo para a Europa,a Ásia e para vocês no Brasil também — desejou Hochster.
Pascal Hochster,Kume Mimuia e Suwon,partidários de Trump — Foto: Eduardo Graça
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