Ex-presidente dos EUA Donald Trump,e atual presidente,Joe Biden — Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP e Kent Nishimura / AFP
GERADO EM: 24/07/2024 - 04:30
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A desistência do presidente dos Estados Unidos,Joe Biden,de disputar a reeleição teve repercussão menor nas redes sociais do Brasil do que o atentado contra Donald Trump e gerou uma espécie de "apagão" na direita do país. A análise é de Marco Ruediger,diretor da FGV Comunicação Rio,responsável por um estudo sobre o tema.
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No "Relatório de Inteligência Digital",o grupo aponta que no X houve 532 mil menções a respeito do atentado contra Trump,contra 259 mil (menos da metade) sobre a desistência de Biden e a provável entrada de Kamala Haris,atual vice-presidente,na disputa.
— A entrada da Kamala na corrida eleitoral gerou certo apagão da direita. Tiveram críticas e piadas,mas a extensão foi muito menor. Mostrou certa perplexidade — afirma Ruediger. — Mas o número menor de menções não significa menor importância do evento,de forma alguma. Esse silêncio fala.
Para o pesquisador,o bolsonarismo tem uma relação mais estreita com o trumpismo do que a esquerda brasileira tem com Biden. Apesar de similaridades — os dois países viveram,por exemplo,invasões de eleitores derrotados em casas legislativas —,o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se aproxima mais do chamado Sul Global (bloco de países periféricos e emergentes) do que de potências como EUA.
— O Trump é um ponto central de uma rede estruturada da direita no mundo. O que acontece nos EUA repercute na direita global,inclusive na brasileira — pontua.
Ainda de acordo com o relatório,uma das principais narrativas da direita se concentra em questionar a nacionalidade de Harris,filha de imigrantes,e que supostamente enfrentaria “dificuldades legais” para disputar a Presidência – em retomada de antiga retórica usada contra o ex-presidente Barack Obama.
O estudo aponta ainda que não há consenso sobre qual adversário democrata poderia aumentar as chances de vitória de Trump: setores da direita acreditam que a vice-presidente tem menos força política do que Biden,mas parte da esquerda aposta na ideia de representatividade e celebra a possibilidade de que uma mulher negra vença o republicano nas urnas.
Ainda segundo a análise,o atentado contra Trump fez a direita brasileira bem-sucedida nas associações entre Bolsonaro e o republicano,"mobilizando signos de força e luta contra uma esquerda supostamente violenta". Já Lula é,pelo menos desde o primeiro debate televisivo nos EUA,recorrentemente relacionado a Biden sob o ponto de vista etário,aspecto que "se potencializou com a saída do democrata da disputa".
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro