Delegacia de Botafogo,bairro onde casos de roubos de celular e assaltos de pedestres cresceram — Foto: Márcio Alves 31/07/2015
GERADO EM: 24/08/2024 - 04:31
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Noite do último dia 19,na Rua Bartolomeu Portela,em Botafogo,Zona Sul do Rio. Três pessoas caminham em direção a um prédio quando dois homens em motocicletas se aproximam. Ao perceber o perigo,as vítimas tentam abrir o portão do edifício,mas são rendidas por um dos bandidos. Todas são obrigadas a entregar os celulares. Antes de fugir,um dos assaltantes ainda exige a senha de um dos telefones. Não foi um crime isolado. Segundo estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP),no acumulado dos primeiros sete meses de 2024,em comparação com o mesmo período de 2023,os índices de roubo de celulares e a pedestres disparou nas áreas da 10ª DP (Botafogo),da 15ª DP(Gávea) e da 9ª DP(Catete).
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Coronel reformado da PM e antropólogo do Laboratório de Análise da Violência da Uerj,Robson Rodrigues destacou que o roubo de celular é o principal delito cometido entre os chamados roubos de rua. Segundo o especialista,está sendo observado um retorno aos índices registrados antes da pandemia de Covid-19.
— O indicador estratégico roubo de rua engloba roubos de celulares,a transeuntes e em coletivos. E o roubo de celular aumentou no estado inteiro,principalmente nas regiões mais ricas,onde a oferta desse tipo de tecnologia é maior,como acontece na Zona Sul do Rio. Historicamente,Flamengo e Botafogo,na área do 2º BPM,são os bairros mais atingidos pelos roubos de rua na região. Botafogo sobretudo,porque é um bairro de passagem— disse o antropólogo.
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Na área sob a responsabilidade da delegacia de Botafogo,que também inclui os bairros de Humaitá e Urca,o roubo de celular saltou 94% de julho a janeiro deste ano,na comparação com o mesmo período de 2023. Já os assaltos a transeuntes subiram 64%. Segundo Regina Chiaradia,presidente da Associação de Moradores e Amigos de Botafogo (Amab),os roubos no bairro costumam acontecer mais em ruas transversais e arborizadas e no horário noturno. Ela sugeriu que o policiamento do bairro tenha mais PMs em motocicletas,já que assaltantes usam esse tipo de veículo.
Info — Foto: Arte
— Colocar um efetivo maior de policiamento em motos e policiais baseados em possíveis rotas de fuga pode ajudar. Os roubos acontecem mais em ruas como Dona Mariana,Eduardo Guinle e Ministro Raul Fernandes,que são mais arborizadas — disse a líder comunitária.
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Nos bairros vizinhos,como Catete,Laranjeiras,Flamengo e Glória,também foi mais perigoso andar nas ruas nos sete primeiros meses deste ano. A delegacia da área,a 9ª DP (Catete),registrou 297 roubos de celulares (um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2023) e 1.121 furtos (alta de 10,9%). Também cresceu o número de assaltos a pedestres: de 341 para 526,54% a mais. Ontem,a Polícia Militar trocou o comando do 2º BPM (Botafogo).
Ainda na Zona Sul,na área da 15ª DP (Gávea),o roubo de celular subiu 152,8% de janeiro a julho deste ano,em relação ao mesmo período de 2023. Foram feitos 134 registros na delegacia em 2024,contra 53 nos sete primeiros meses do ano passado. O roubo a transeunte também subiu. A elevação foi de 46,3% na comparação com o mesmo acumulado.
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Em outras áreas da Zona Sul,houve altos e baixos. A 14ª DP(Leblon) registrou aumento do número de roubos de celular (16%),na comparação dos períodos anteriormente citados. Já os assaltos a transeuntes caíram 24%. Na área da 12ª DP (Copacabana),que é patrulhada pelo 19º BPM (Copacabana),houve queda dos roubos de celular (menos 34%) e dos assaltos a pedestres (menos 24%). A mesma tendência ocorreu na região coberta pela 13ª DP (Ipanema),com menos 19% de roubos de celular e queda de 3% dos casos de assaltos a transeuntes. A 11ª DP (Rocinha) registrou números baixos e sem aumentos.
Procurada,a Polícia Militar disse que os dados estão sendo estudados para “readequar as estratégias necessárias para melhora dos indicadores”.
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