Desde o início de setembro,a moeda angolana já perdeu 1,2% face ao dólar e,desde o princípio de janeiro regista uma quebra acumulada de 11%,num contexto em que os pagamentos de dívida em moeda externa e os preços mais baixos do petróleo dificultam a intervenção governamental para 'segurar' o kwanza.
"As recentes pressões nos preços petrolíferos não favorecem as moedas dos países produtores desta matéria-prima,como Angola",comentou o economista-chefe da Eaglestone,Tiago Dionísio,para quem um dólar forte vai "continuar a colocar pressão" na dívida externa dos países africanos.
Angola depende das receitas petrolíferas para obter a maior parte das divisas externas e gasta boa parte desta receita no pagamento da dívida,que aumentou significativamente depois de a moratória sobre a dívida chinesa ter terminado,no ano passado.
Angola,o segundo maior produtor da África subsaariana,deve aos credores chineses cerca de 17 mil milhões de dólares (15,4 mil milhões de euros),e vai pagar 1,1 mil milhões de dólares,quase mil milhões de euros,todos os meses até dezembro para servir a sua dívida interna e externa,aponta a Bloomberg,citando o jornal Expansão.
No mês passado,o Ministério das Finanças disse que ia pagar aos fornecedores locais em obrigações do tesouro por não ter fundos suficientes,e também já atrasou o pagamento aos funcionários públicos devido a estes problemas de liquidez.
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