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Conselho de Ética da Câmara aprova parecer pela cassação de Glauber Braga, que promete greve de fome

Apr 10, 2025 Filmes IDOPRESS

Comissão de Ética da Câmara aprova cassação de Glauber Braga; decisão irá ao Plenário — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 09/04/2025 - 18:28

Cassação de Glauber Braga aprovada; deputado inicia greve de fome

O Conselho de Ética da Câmara aprovou a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro,após ele chutar um militante do MBL em 2024. A decisão segue para votação em plenário. Em protesto,Glauber iniciou greve de fome e prometeu não sair do Congresso até o fim do processo. Deputados do PSOL e militantes criticaram a decisão,alegando perseguição política.

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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira parecer pela cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Glauber chutou um militante do MBL (Movimento Brasil Livre),em abril de 2024,em meio a uma discussão. O pedido de cassação segue agora para avaliação do plenário da Casa. Cabe ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) pautar a matéria. Se a cassação for aprovada em plenário,o deputado poderá ficar oito anos inelegível.

Glauber Braga disse que utilizará todos os recursos disponíveis para questionar o processo,seja por vias legislativas ou judicialmente. O deputado pode recorrer para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) também analise o parecer,antes de ir a plenário.

— Vamos utilizar todos os instrumentos disponíveis,para fazer essa disputa política até o limite. Todo mundo sabe que o que está acontecendo em nada tem a ver com minha agressão a uma pessoa,tem a ver com as minhas denúncias contra o orçamento secreto. Decidi ir ao limite dessa história -- disse o deputado.

Também existe a possibilidade de o parecer pela cassação ser modificado em plenário,para uma pena mais branda. Mas o deputado do PSOL disse não ter esperança de que isso aconteça. Glauber Braga também acusou o presidente da Câmara,Hugo Motta,de ser conivente com a votação pela sua cassação,já que ele chamou a Ordem do Dia,fase de votação de propostas no plenário da Casa,apenas depois do fim do Conselho de Ética. Quando a Ordem do Dia é chamada,todas as comissões precisam ser paralisadas.

— O adiamento da ordem do dia foi um combinado de Hugo Motta com Lira para que a cassação fosse votada -- afirmou Glauber.

Militantes de esquerda,do PSOL e sindicatos estiveram presentes na comissão e protestaram contra a decisão. Glauber Braga prometeu,durante a votação,que entraria em greve de fome e não sairia mais do Congresso até o fim do processo.

— Tomo a decisão de que vou permanecer nesta sala,no Congresso Nacional,até o fim dos desdobramentos deste processo. Já estou em jejum hoje o dia todo e,a partir de agora,até o fim deste processo,não vou me alimentar — disse o deputado.

A deputada Luiza Erundina (PSOL-RJ) disse que permanecerá com Glauber Braga durante a estadia dele no Congresso e convidou os militantes.

— O povo do Rio de Janeiro não merece isso. Faço um apelo ao movimento para que permaneçam aqui com Glauber. Eu ficarei aqui — disse a deputada Luiza Erundina.

Gláuber anuncia que vai ficar na Câmara em greve de fome

O ator Marco Nanini,conhecido pelo papel de Lineu,do programa de TV "A grande família",também compareceu à sessão na Câmara,em apoio a Glauber Braga.

“Diante das provas produzidas nos autos,verifica-se que o representado (deputado Glauber Braga) extrapolou os direitos inerentes ao mandato,abusando,assim,das prerrogativas que possui. Portanto,é imperioso admitir que o representado,com seus atos,efetivamente incidiu na prática da conduta,sendo cabível,no caso sob exame,a sanção da perda do mandato”,diz o relatório de Paulo Magalhães (PSD-BA),aprovado hoje.

Glauber Braga e o militante Gabriel Costenaro discutiram dentro das dependências da Câmara. Houve empurrões e chutes do parlamentar contra o militante. O deputado Kim Kataguiri (União-SP) também estava presente.

Na ocasião,a discussão seguiu para o exterior da Câmara e precisou ser apartada por policiais legislativos,que conduziram os dois para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara. O deputado se defende dizendo que,na ocasião em que agrediu o integrante do MBL,o militante o teria provocado e xingado sua mãe.

— Quero elogiar o trabalho do relator. Agressões têm acontecido nessa Casa sem que nada aconteça. O deputado Glauber Braga atacou primeiro,abordou o Gabriel,e inclusive assessores dele tentaram segurá-lo. Há um entendimento de que posturas como a de Glauber não podem ser aceitas — disse o deputado Kim Kataguiri.

O deputado Glauber acusou o relator Paulo Magalhães de estar atuando em favor de Arthur Lira (PP-AL). No ano passado,Glauber Braga chamou Lira de "bandido" em sessão no Conselho de Ética. O processo foi levado ao colegiado para análise,mas foi arquivado. Para Glauber,Lira usa o atual caso de agressão ao militante do MBL para alcançar um objetivo anterior de cassar o deputado do PSOL pelo xingamento.

A defesa de Glauber Braga chegou a pedir a suspeição do relator. O advogado André Maimoni lembrou que Paulo Magalhães precisou ser contido após dar um soco e trocar pontapés com um jornalista e escritor na Câmara,em 2001. O pedido de suspeição não avançou.

A base governista também tentou fazer um apelo para que a votação fosse adiada e se encontrasse uma decisão negociada. Mas o requerimento de retirada de pauta foi rejeitado.

— Nos deem uma semana. Sei que o senhor,Paulo Magalhães,é uma pessoa justa. Faço uma analogia ao caso em que um deputado me chamou de cafetão,ofendeu a ministra Gleisi Hoffmann. Se eu estivesse no plenário naquele momento,teria dado um soco nele. A Casa precisa do Conselho de Ética,mas não dessa forma. Vamos tentar achar um caminho. Faço esse apelo — disse o líder do PT,Lindbergh Farias (RJ).

Deputados do PSOL lembraram ainda de casos de outros parlamentares da direita que já teriam cometido quebra de decoro e não foram julgados pelo Conselho de Ética,como a deputada Carla Zambelli (PL-SP),flagrada apontando uma arma para um militante de esquerda nas ruas de São Paulo durante as eleições de 2022.

— O que tem aqui é perseguição política. Vocês podem inaugurar hoje a cassação por ideologia. O que vai se julgar hoje é se essa conselho continuará tendo isenção política. Uma deputada foi flagrada com arma na mão,pode ser presa,mas não passou por aqui — disse Guilherme Boulos (PSOL-SP).

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