Jogo do Tigrinho — Foto: Reprodução vídeo
Vejam a que nível chega o absurdo nas redes sociais.
Cassinos online como o jogo do tigrinho estão pagando influenciadores mirins brasileiros para divulgar jogos de azar para crianças e adolescentes no Instagram. Eles contrataram influenciadores mirins entre 6 (!) e 16 anos para fazer stories e publicações no Instagram alegando supostos ganhos obtidos com as apostas e incentivando seus seguidores a aderir aos jogos.
A Meta,dona do IG,está permitindo isso,e ganhando dinheiro com a propaganda. Por isso,o Instituto Alana,a principal organização de proteção dos direitos das crianças no Brasil,denunciou a Meta ao Ministério Público de São Paulo.
Vejam a concentração de crueldades numa só iniciativa:
Perfis de Crianças e adolescentes sendo utilizados para a publicidade,o que já é absurdo. As crianças e adolescentes que têm feito a divulgação dos jogos de azar tem entre 6 e 16 anos e um grande alcance entre brasileiros — os canais têm de cerca de 200 mil a mais de 9,5 milhões de seguidores,muitos deles também crianças.;portanto,estão anunciando jogos de azar para outras crianças e adolescentes,totalmente contra a leis de proteção à infância;os anúncios são direcionados e têm apelo ao público infantil,estimulando a dependência de crianças e adolescentes,que são muito mais suscetíveis ao vicio que adultos;o nível de vício gerado por jogos de azar é equivalente à dependência química causada por cigarro,álcool e drogas ilegais;as pessoas são enganadas e induzidas de forma mentirosa a perder montes de dinheiro nesses jogos,com a ilusão de que vão ficar ricas. Pura mentira,que atinge justamente as pessoas mais pobres. Elas fazem até empréstimos e perdem suas posses por causa do jogo;esses familiares estão explorando seus próprios filhos,não só aplicando golpes,mas mostrando a seus filhos que aplicar golpes,enganar pessoas e mentir é legal,que a gente pode se dar bem fazendo isso. Que tipo de gente é essa?
Numa outra denúncia,o Núcleo Jornalismo aponta que o Kwai,rede social de vídeos curtos,também tem toda uma seção de pseudo jogos de azar,sem envolver dinheiro,mas com uso de mecanismos para viciar e chamadas bem infantis. Para ganhar o dinheiro virtual para jogar,as crianças têm que assistir publicidades. Isso é ilegal porque é propaganda infantil,e prepara as crianças para jogar. Quem faz propaganda disso é o nosso ex-craque Neymar,que já não mandava muito em campo e que longe dele só dá bola muito fora.
Como disse a Maria Melo,coordenadora do Programa Criança e Consumo do Instituto Alana,“as redes sociais precisam criar mecanismos de controle para proteger crianças e adolescentes. Precisam remover esses conteúdos,e não os impulsionarem,como fazem”.
E mais: elas precisam de regulação! É pedofilia,negacionismo vacinal,climático,mentiras políticas,jogos ilegais,nazismo,intolerância religiosa,racismo,violência contra a escola,homofobia e todo tipo de crimes que são cometidos ali,além de estarem provocando ansiedade,depressão e automutilação entre crianças e jovens,e difundindo esse conteúdo por dinheiro. Isso é inaceitável.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro