O dirigente da entidade,que agrupa associações e organizações e tem como missão a promoção dos vinhos portugueses,apontou,entre as ameaças ao cumprimento do plano estratégico do setor,o financiamento da ViniPortugal.
"Em termos de verbas nacionais,só temos orçamento do próprio setor,ou seja,não temos verbas do Orçamento do Estado",além das europeias,destacou,explicando que a entidade pediu ao Governo para "de alguma forma agilizar" aquelas que são "as verbas do próprio setor" e que passam pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
O objetivo da entidade é que estas verbas sejam consideradas "privadas" e não públicas. "São verbas consignadas ao setor,à promoção do setor e,portanto,agilizando estes processos,todo a nossa vida fica facilitada",destacou.
O presidente da ViniPortugal disse ainda que o vinho continua a sofrer com excesso de 'stocks',lembrando medidas que já foram anunciadas e que passam por uma "dotação europeia para a destilação de crise,destilar algum excesso de vinho",cujo álcool será assim usado em outros fins. A isto poderão juntar-se algumas verbas nacionais.
Esta iniciativa poderá "ajudar a reduzir algum excesso de 'stock' em adegas de maneira a poder acomodar esta vindima que se aproxima e também de forma a ajudar financeiramente as empresas que estão com alguma redução de vendas,porque houve,de facto,em 2023 uma redução de consumo em termos nacionais" e mundiais,indicou.
Segundo Frederico Falcão,em termos nacionais houve "uma redução de 50 milhões de litros",o que tem impacto no setor.
"Acresce a isto que no ano passado tivemos uma vindima maior do que o normal e havendo redução de consumo e redução de exportações,neste momento há um excesso de vinho nas adegas",referiu.
Ainda assim,até maio,as exportações aumentaram 10% em volume,disse o dirigente,alertando que a vindima deste ano deverá novamente ser grande,algo que se deve à reestruturação da vinha,explicou.
"Estas novas vinhas acabam por ser mais produtivas e os próprios agricultores estão mais profissionais a trabalhar as vinhas e,acabam por ter produções mais generosas",disse Frederico Falcão.
No entanto,alertou o responsável,não é fácil prever como será a produção do próximo ano,apontando a possibilidade de "condições atmosféricas adversas" que podem complicar as vindimas.
Questionado ainda sobre o impacto para o setor das alterações legislativas para cidadãos estrangeiros,que dificulta a regularização sem antes ter um contrato de trabalho,o presidente da ViniPortugal disse que o trabalho no setor é sobretudo sazonal e admitiu falta de mão-de-obra. Apesar disso,não acredita que "possa afetar negativamente aquilo que está a acontecer atualmente",tendo em conta o que são "as necessidades médio prazo no setor dos vinhos".
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