Luis Hermosilla,um dos advogados mais influentes do Chile,é preso por corrupção — Foto: Reprodução/Redes Sociais
GERADO EM: 28/08/2024 - 05:30
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
A justiça chilena ordenou na terça-feira a prisão preventiva do advogado Luis Hermosilla,um dos mais influentes do país,acusado de vários crimes de corrupção,em um caso notório que envolveu diversas instituições públicas.
'Incidente gravíssimo': Latam demite os três pilotos que bateram a cauda de avião em decolagem de MilãoVídeo: Acrobata erra movimento e cai de trapézio sem rede de proteção em show do Cirque du Soleil,nos EUA
"Que bom que aqueles que se achavam poderosos também vão para a prisão",comentou o presidente Gabriel Boric após a decisão que enviou Hermosilla para a cadeia,acusado de suborno,lavagem de dinheiro e crimes tributários.
Hermosilla,de 68 anos,foi assessor do Ministério do Interior no segundo governo do direitista Sebastián Piñera (2018-2022) e compartilhava escritório com Andrés Chadwick,ex-chefe de gabinete e primo do falecido presidente.
Nos últimos anos,era o advogado preferido de grande parte da elite chilena e um dos penalistas mais renomados do país.
Hermosilla foi exposto pelo meio de investigação Ciper,que em novembro do ano passado revelou um áudio com o empresário Daniel Sauer,no qual o advogado o incita a subornar funcionários públicos para enfrentar uma investigação contra ele.
O advogado defendia o empresário,atualmente preso,em um caso de fraude milionária após a criação de um esquema amplo de emissão de notas fiscais falsas que permitiu obter lucros consideráveis.
Na conversa,Hermosilla pede a Sauer que pague a funcionários do Serviço de Impostos Internos e da Comissão do Mercado Financeiro para destruir provas e obter informações privilegiadas.
Após a publicação do áudio,o Ministério Público confiscou o telefone celular do advogado,abrindo uma caixa de Pandora. Surgiram conversas com o então chefe da polícia civil,Sergio Muñoz,nas quais ele fornecia informações reservadas sobre casos que estavam sendo investigados.
Muñoz foi destituído e está sob prisão.
Nesta terça-feira,após quatro dias de formalização,o tribunal ordenou a detenção de Hermosilla ao concluir que "existe uma suspeita grave e fundamentada" de que ele poderia obstruir a investigação.
Junto com ele,foi detida a advogada Leonarda Villalobos,que fazia as conexões para subornar os funcionários públicos e foi quem gravou a conversa que se tornou pública.
O Ministério Público pede para Hermosilla e Villalobos 18 anos de prisão.
Na acusação,detalha-se que entre 2019 e 2023 o advogado recebeu quase seis milhões de dólares da empresa controlada por Sauer,obtidos de forma ilícita,e não declarou impostos sobre quase 900.000 dólares.
Hermosilla militou na juventude no Partido Comunista e colaborou na defesa de vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Até antes desse escândalo,ele era o advogado da família do senador direitista Jaime Guzmán,assassinado por um comando de esquerda em 1991.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro