Deolane Bezerra e Darwin Filho — Foto: Reprodução
GERADO EM: 07/09/2024 - 04:01
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A advogada e influencer Deolane Bezerra e Darwin da Silva Filho,CEO da Esportes da Sorte,foram os principais nomes envolvidos na Operação "Integration". Ela supostamente fazia publicidade para a empresa,mas as investigações apontam para o envolvimento dos dois em uma organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Mas,afinal,o que tem a ver o jogo do bicho com a prisão da empresária?
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A operação que prendeu Deolane,entre outros 18 alvos,teve o sequestro de bens como carros de luxo,imóveis,aeronaves e embarcações. As investigações apontam que a quadrilha usava "várias empresas de eventos,publicidades,casas de câmbio,seguros e outras companhias para lavar dinheiro",por meio de depósitos e transações bancárias.
Foi determinado o bloqueio de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões envolvendo a operação como um todo,mas apenas Deolane tem uma empresa que movimentou quase R$ 31 milhões em 2023. Segundo consta na Rede Nacional do Registro de Empresas e Negócios,a Bezerra Publicidade e Comunicação LTDA foi aberta em junho de 2021,em São Paulo. O capital social apontado é de R$ 100 mil.
A Justiça também determinou a imposição de medidas cautelares como entrega de passaporte,suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
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Aeronave apreendida durante Operação Integration — Foto: Divulgação SSP-SP
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Carro de luxo apreendido durante Operação Integration — Foto: SSP-SP
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Joias apreendidas pela polícia durante Operação Integration — Foto: Divulgação/PCPE
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Justiça determinou bloqueio de R$ 2 bilhões na Operação Integration — Foto: Divulgação/PCPE
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Joias encontradas durante buscas da Operação Integration — Foto: Divulgação/PCPE
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Agentes com aeronave alvo de sequestro durante Operação Integration — Foto: Divulgação/PCPE
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Agente conta notas de dinheiro durante Operação Integration — Foto: Divulgação/PCPE
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Operação Integration conta com 170 agentes: são 19 mandados de prisão e 24 de busca — Foto: Divulgação/PCPE
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Publicidade Veja fotos de bens sequestrados e apreendidos na Operação Integration
Já o CEO da Esportes da Sorte,Darwin Henrique da Silva Filho,um dos alvos da operação que resultou na prisão da advogada Deolane Bezerra,herdou do pai,homônimo,um império do jogo do bicho em Recife. Darwin pai foi o responsável por introduzir mudanças significativas na maneira como o jogo do bicho era conduzido na cidade,e abriu os caminhos para a digitalização do negócio pelo filho.
A estratégia de Darwin pai para bombar os negócios foi aumentar os valores das premiações para atrair os apostadores da banca “Caminho da Sorte”,oferecendo condições muito mais vantajosas do que aquelas disponíveis no mercado local. Segundo o Diário do Nordeste,com essa estratégia,ele expandiu rapidamente a operação,passando de 13 bancas iniciais para 2.200 pontos de aposta na Grande Recife em 1999.
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Até 2018,segundo o jornal do Nordeste,Darwin Henrique pai já enfrentava 45 processos de 1º grau no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE),abrangendo casos cíveis,criminais e de execução de títulos,nos quais ele figura como réu.
Na 2ª instância,ele está envolvido em um processo relacionado ao não pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU),exigido pelo Município de Recife. Esses processos podem já ter sido finalizados ou ainda estarem em andamento.
Darwin Henrique da Silva Filho,dono da Esportes da Sorte,e a esposa,Maria Eduarda Filizola — Foto: Reprodução/Instagram
Na esfera criminal,Darwin Henrique respondeu a uma acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por ocultação indevida de nove cartuchos de arma de fogo calibre 38. Ele foi preso em flagrante no dia 21 de novembro de 2014,mas foi liberado após pagar fiança.
Durante o julgamento,Darwin alegou que possuía a arma para "tiro ao alvo" e que havia dado baixa na arma,que inclusive foi roubada. Uma nova audiência está agendada para junho,e a decisão pode resultar em uma suspensão condicional da pena.
A suspeita surgiu a partir de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),que indicaram diretamente atividades suspeitas envolvendo a empresa. As informações são do jornal Estadão.
O documento também menciona Darwin Henrique da Silva,pai do CEO,apontado por sua suposta atuação no jogo do bicho pela Banca Caminho da Sorte.
A investigação teve início em dezembro de 2022,quando foram apreendidos R$ 180 mil em espécie na sede da Banca Caminho da Sorte,localizada no bairro Afogados,em Recife,o que configurou a prática da “contravenção penal do jogo do bicho”.
De acordo com um documento apreendido,“destaca-se um caderno com o nome da Rayssa,o qual há anotações diárias das apostas e dos prêmios pagos do jogo do bicho e do futebol,canhotos de apostas com timbre da banca Caminho da Sorte e Esportes da Sorte,contabilidade de algumas lojas físicas”.
Isso,segundo a polícia “demonstra a relação umbilical entre as duas modalidades tipificadas como contravenção penal”
As autoridades revelaram que,na banca do jogo do bicho,onde os crimes aconteciam,também era possível realizar apostas em eventos esportivos. Além disso,os policiais descobriram que o site da empresa investigada era operado pela Gaming N.V.,uma companhia registrada em Curaçao.
A Esportes da Sorte foi uma das precursoras do setor no país. Fundada em 2018 por Darwin Henrique da Silva Filho,que teve a prisão decretada no âmbito da operação,a casa de apostas está sediada em Curaçao,onde tem uma licença de funcionamento internacional (8048/JAZ2022-056),fornecida pelo governo local e segue as regras de lá.
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A plataforma oferece apostas nos principais campeonatos de futebol brasileiro,nas ligas europeias,torneios internacionais,além de outros esportes,e-sports e jogos de cassino,inclusive ao vivo.
Com o crescimento do setor,a empresa apostou no patrocínio do futebol brasileiro. Hoje,a Esportes da Sorte está estampada como patrocinador máster nos uniformes do Corinthians (R$103 milhões por ano),Bahia (R$19 milhões por ano) e Athletico (R$17 milhões por ano). Também aparece na camisa do Grêmio (R$23 milhões por ano) e no futebol feminino do Palmeiras (R$20 milhões por ano). A marca também está presente em clubes de outras divisões,como Ceará,Náutico e Santa Cruz.
A empresa foi uma das mais de 100 plataformas que entraram com pedido de licença para atuar no país de acordo com a legislação que passará a vigorar em 2025.
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Em entrevista ao GLOBO no mês passado,defendeu a regulamentação das bets e afirmou que somente empresas ilibadas conseguiriam permanecer no mercado. Na época,as empresas estavam nos últimos dias para entrar com o pedido de outorga na Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA),vinculada ao Ministério da Fazenda,se quiserem operar já em janeiro de 2025.
— O mercado regulado vai fazer com que restem apenas as empresas de reputação ilibada e que adotam as melhores práticas,como compliance,prevenção a fraudes e a promoção do jogo responsável — disse.
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Presa,Deolane Bezerra se apresenta no Instituto Médico Legal (IML) do Recife para fazer exame de corpo de delito — Foto: Bruno Fontes/TV Globo
A empresária,advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa na operação "Integration" da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A prisão aconteceu na manhã desta quarta-feira (4),no bairro de Boa Viagem,na Zona Sul do Recife.
As investigações da operação iniciaram em abril de 2023. Além da prisão dela,foram expedidos mais outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife,Campina Grande (PB),Barueri (SP),Cascavel (PR),Curitiba e Goiânia.
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A prisão foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil de Pernambuco. De acordo com a corporação,a empresária foi levada para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri),em Afogados,na Zona Oeste na cidade.
Em nota publicada nas redes sociais,a advogada que representa Deolane,Adélia Soares,afirmou que a investigada tem "plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades" e destacou que a investigação corre em sigilo.
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Ainda de acordo com a Polícia Civil,também foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo,aeronaves e embarcações,além da entrega de passaporte,a suspensão do porte de arma de fogo e o cancelamento do registro de arma de fogo.
Foram bloqueados ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões dos investigados. A Justiça determinou a imposição de medidas cautelares como entrega de passaporte,suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
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As investigações contaram com a participação da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol),e das polícias civis dos estados de São Paulo,Paraná,Paraíba e Goiás. Ao todo,170 policiais estão envolvidos na operação.
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