Vander Corteze,fundador e CEO da Beep — Foto: Divulgação
GERADO EM: 12/09/2024 - 05:02
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
A Beep Saúde,startup carioca que oferece vacinas e exames em domicílio em Rio,São Paulo e Brasília,recebeu um aporte de cerca de R$ 100 milhões. O cheque veio do fundo nova-iorquino Lightsmith,voltado para negócios de impacto e que já é investidor da brasileira Solinftec — uma espécie de “Waze da lavoura” que tem entre os sócios um fundo da família de Luiza Trajano.
LEIA MAIS: Planos de saúde: quem cresce e quem encolhe em 2024
A companhia diz ter sido avaliada em R$ 1,2 bilhão após o investimento — um cálculo que o fundador Vander Corteze classifica de “mais maduro” que os que se fazia anteriormente,quando a abundância de capital dava à luz “unicórnios” semanais no Brasil.
Em 2021,quando recebeu um aporte de R$ 110 milhões do Valor Capital,fundo do ex-embaixador dos EUA no Brasil Clifford Sobel,a Beep foi avaliada em R$ 670 milhões. Em 2022,pouco antes de o financiamento a startups secar,Corteze disse à coluna que estava à procura de um aporte que transformasse a Beep em “unicórnio” — avaliação de US$ 1 bilhão,ou R$ 5,6 bilhões.
Também participaram da nova rodada o CZI — fundo do casal Mark Zuckerberg e Priscilla Chan,que investiu um valor não divulgado na companhia dois anos atrás —,David Vélez (fundador do Nubank) e a Actyus (gestora de Sergio Furio,fundador da Creditas). Além desses,a startup tem como sócios o Bradesco e a DNA Capital,gestora criada pela família Bueno (fundadora da Amil e controladora da Dasa,de hospitais e laboratórios).
O novo aporte chega poucos meses depois de a companhia atingir o chamado “breakeven” (ou seja,parar de queimar caixa e dar prejuízo). De acordo com a Beep,no fim do primeiro semestre deste ano,seu faturamento anualizado estava na casa dos R$ 300 milhões.
— No aporte anterior,eu estava na Brazil Week,em Nova York,quando notei que o inverno das startups estava se estabelecendo e seria prudente captar. Desta vez,o aporte não era uma prioridade para nós. Mas eu estava mais uma vez na Brazil Week e,lá,conheci o fundo Lightsmith. Eles nos conquistaram com uma visão diferente sobre a empresa,mostrando que nossa atuação na prevenção de doenças tem correlação direta com os desafios climáticos — conta Corteze,médico e ex-oficial dos Bombeiros que fundou a healthtech em 2016.
De acordo com ele,100% dos recursos serão investidos em tecnologia. Um dos planos é tornar mais eficiente um modelo que é leve em ativos físicos — a Beep não tem clínicas e terceiriza as análises para o DB Diagnóstico —,mas cuja logística é 100% “verticalizada” e apoiada em uma frota própria de mais de 400 carros e mais de mil funcionários.
— Não se trata apenas de tecnologia no app,mas dos bastidores do nosso funcionamento. Para nosso negócio se sustentar,precisamos criar “geodensidade”,ou seja,ter cada vez mais atendimentos próximos uns dos outros,a fim de tornar as rotas mais eficientes. Essencialmente,é um desafio logístico baseado em “machine learning” (aprendizado de máquina,um tipo de inteligência artificial). Para isso,é necessário contratar pessoas especializadas — explica.
Um dos sócios do Lightsmith,Jay Koh,assumirá uma cadeira no conselho da Beep.
“A Beep usa a tecnologia para promover cuidados de saúde em casa com muita eficiência,contribuindo para minimizar doenças decorrentes de efeitos climáticos. Esperamos apoiar a Beep para que a empresa possa escalar o negócio como uma ferramenta de redução dos impactos das mudanças climáticas na saúde”,diz Koh em nota.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro