Primavera de 2024 deve ter menos chuvas do que o normal,no estado do Rio de Janeiro — Foto: Gabriel de Paiva
GERADO EM: 17/09/2024 - 04:30
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O início da primavera se aproxima e,com a sua chegada,também há uma expectativa pelo aumento da frequência das chuvas,em meio ao período de baixa umidade do ar no estado do Rio de Janeiro. Apesar de aumentar o índice na próxima estação do ano,que começa no próximo dia 22,o meteorologista e professor de climatologia da UFRJ,Wanderson Luiz Silva,afirma que o mesmo deve seguir abaixo da média dos últimos anos.
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Segundo Wanderson,o fato se dá pelas temperaturas do oceano Atlântico Sul estarem mais elevadas,o que reduz a frequência de frentes frias pelo Rio. Ele indica que,por enquanto,"não há perspectiva de melhora expressiva",e que o padrão deve seguir similar ao dos últimos meses,de volumes de chuva e abaixo da média e temperaturas acima.
— As chuvas devem aumentar em intensidade como de costume para a primavera,mas mesmo assim permanecerão abaixo da média. Na capital,o volume de chuva médio para setembro e outubro é de cerca de 90 a 110 mm por mês. Até sexta-feira,a chuva pode ficar em torno de 20 mm em alguns pontos— disse o meteorologista.
Os sistemas de abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro estão em estágio de alerta por conta da estiagem. A ausência de chuvas tem causado redução na disponibilidade hídrica do manancial utilizado para captação e tratamento de água em diversas cidades. Nesta segunda-feira,o governador Cláudio Castro anunciou uma série de medidas para conter a crise hídrica e falou também sobre os incêndios que têm atingido parques e florestas. Pelo menos 2 milhões de pessoas já são afetadas pela estiagem na área atendida pelo sistema Imunana-Laranjal,que atende São Gonçalo,Itaboraí,Niterói e parte de Maricá.
— Marcamos essa reunião para falar sobre dois grandes temas. O primeiro é a questão da crise hídrica que nós estamos passando. Alguns municípios como Niterói,São Gonçalo e Maricá têm sofrido bastante. Então,estamos com planos de contingência para que a gente possa conter o máximo possível a normalidade do abastecimento de água para a população. Hoje,com alguma espécie de restrição,já termos em torno de 2 milhões de pessoas afetadas — disse Castro,ao afirmar que a crise hídrica é "do Brasil todo,não só do Rio de Janeiro".
As declarações aconteceram após uma reunião com o gabinete de crise,no Centro de Integração de Comando e Controle Secretaria de Estado de Polícia Militar,na Cidade Nova. Também estiveram lá representantes de empresa de energia,Corpos de Bombeiros e Defesa Civil,além da Cedae. Aguinaldo Guillon,diretor da companhia de abastecimento explicou que duas cidades abastecidas pelo sistema Imunana-Laranjal operam com restrição. É esperado,no entanto,que as chuvas previstas para esta segunda-feira recarreguem o sistema.
— Precisamos reduzir 10% da captação. Duas concessionárias,de Rio e Niterói estão sofrendo restrição na quantidade de água fornecida. Cada uma tem seu plano de distribuição para fazer essa cotização com menos 10%. Além disso,temos pedido que a população dose o consumo e use água para o que for essencial,como cozinhar,tomar banho... É recomendado evitar o uso da água para outros serviços como lavar carro,por exemplo — disse Ballon.
Apesar da indicação de que o abastecimento da Imunana-Laranjal volte à normalidade com as chuvas previstas para os próximos dias,o meteorologista Wanderson relata que o mesmo não deve ser o suficiente para haver uma grande melhora da situação dos reservatórios.
— Provavelmente,o nível dos reservatórios não deve melhorar muito nas próximas semanas. Isso porque,por enquanto ainda são esperados acumulados pluviométricos um pouco abaixo da climatologia no Estado do Rio de Janeiro até outubro. Além disso,as temperaturas ainda deverão se manter um pouco acima da média histórica,o que pode influenciar nos recursos Hídricos do território fluminense — afirmou Wanderson.
O sistema Acari,responsável pelo abastecimento de algumas cidades da Baixada Fluminense,também foi afetado. Nova Friburgo,Petrópolis,Teresópolis e Angra dos Reis são outras cidades que vêm sofrendo as consequências da estiagem.
— Já estamos trabalhando. E hoje essa conversa foi fundamental para que a gente pudesse achar soluções: controles com carro-pipa,com empresas que fornecem ações de contingência,ações de publicidade para que a gente possa mitigar os efeitos dessa crise hídrica que é do Brasil todo,não é só do Rio de Janeiro — complementou o governador,que determinou como uma das medidas a regulação da venda de água feita por carros-pipa.
Com o monitoramento da comercialização,o governo quer evitar aumentos abusivos de preço,devido à estiagem que colocou em estado de alerta os sistemas de abastecimento.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro