Aeroporto Santos Dumont,no centro do Rio — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo/23-10-2023
GERADO EM: 04/12/2024 - 22:15
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Indicações do Ministério de Portos e Aeroportos de que poderá ampliar de forma gradual o movimento de passageiros do Santos Dumont — hoje limitado a 6,5 milhões de passageiros por ano — a partir de janeiro de 2025 foram rechaçadas pelo prefeito do Rio de Janeiro,Eduardo Paes,pelo governador do estado,Cláudio Castro,e por entidades que representam comércio e indústria da região.
Paes,que durante a manhã de ontem já havia criticado a proposta em suas redes sociais — frisando que a aplicação de normas estaduais e municipais poderiam ser aplicadas para frear a expansão do Santos Dumont — tratou do tema mais tarde em reunião com o presidente Lula,em Brasília.
Ranking de atrasos e queixas: Veja quais são a pior e a melhor companhia aérea do mundo em 2024Coluna Capital: Após restrições no Santos Dumont,movimento nos dois aeroportos do Rio crescem
Desde que assumiu a prefeitura,para a qual foi reeleito no mês passado,Paes se esforça junto ao governo federal para fortalecer o tráfego no Aeroporto Internacional do Galeão.
— Causou estranheza ao presidente Lula essa notícia. É uma decisão do presidente que o Galeão seja fortalecido. O Santos Dumont tem o seu papel a cumprir. O presidente mais uma vez já chamou a atenção do ministro Márcio Macêdo (secretário-geral da Presidência da República),do ministro Rui Costa (Casa Civil) e vai falar com o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). Não tem essa conversa. É uma questão de honra a recuperação do Galeão. A coisa está indo muito bem,mais um presente do presidente Lula ao Rio de Janeiro — disse o prefeito,que esteve ontem com Lula para celebrar a municipalização de dois hospitais federais do Rio.
O prefeito do Rio,Eduardo Paes (PSD) — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/27-08-2024
Em 2023,o Santos Dumont vinha operando no limite da capacidade,acima de 10 milhões de passageiros anuais. Após gestões de Paes e entidades fluminense,uma portaria determinou que o movimento de passageiros seria reduzido para 6,5 milhões em 2024,contribuindo para a retomada do Galeão,que sofria esvaziamento diante da concorrência com o terminal no Centro da cidade.
O plano do ministério é revisar o volume de operações a partir de janeiro de 2025,quando a restrição no Santos Dumont completa um ano. A pasta avalia elevar o limite do Santos Dumont para algo entre 7 milhões e 8 milhões,“desde que não haja queda na qualidade do serviço” e que isso tenha efeito tímido na economia do Rio e no Galeão.
Galeão revigorado: corredores do terminal internacional,na Zona Norte do Rio,estão mais cheios desde a limitação do Santos Dumont,no Centro — Foto: Guito Moreto/Agência O Globo
No entendimento do ministério,o Galeão conseguiu recuperar os voos e é preciso assegurar o crescimento do Santos Dumont. Este ano,o número de passageiros no Aeroporto Internacional deve chegar a 14,2 milhões,contra 7,9 milhões em 2023.
O Santos Dumont é o único grande aeroporto que se mantém até agora sob a administração da estatal federal Infraero e se tornou a principal fonte de receita dela. O ministro Costa Filho negou que haja decisão tomada.
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Em primeiro lugar o Aeroporto Internacional de Hamad,capital do Catar — Foto: Reprodução
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Em primeiro lugar o Aeroporto Internacional de Hamad,capital do Catar — Foto: Reprodução
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Aeroporto em Doha tem um dos hotéis mais luxuosos do mundo com comodidades como piscina e simulador de golfe — Foto: Reprodução/Instagram
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Em segundo lugar,o Aeroporto Changi de Singapura,um dos mais importantes aeroportos do sudeste da Ásia. — Foto: Reprodução
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Em segundo lugar,o Aeroporto Changi de Singapura abriga cachoeiras,jogos interativos,exposições de artes e muitas outras ativações. — Foto: Reprodução
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Em terceiro lugar,o Aeroporto Internacional de Incheon na Coreia do Sul,um dos maiores e mais movimentados do mundo — Foto: Reprodução
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Em terceiro lugar,um dos maiores e mais movimentados do mundo. — Foto: Reprodução
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Em quarto lugar,o Aeroporto Internacional de Tóquio conhecido comumente como Aeroporto Haneda,no Japão — Foto: Reprodução
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Em quarto lugar,no Japão — Foto: Reprodução
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Em quinto lugar,o Aeroporto Internacional de Narita,no Japão. — Foto: Reprodução
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Em sexto lugar,o Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle,na França — Foto: Reprodução
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Em sétimo lugar,o Aeroporto Internacional de Dubai,a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos — Foto: Reprodução
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Em oitavo lugar,o Aeroporto Internacional de Munique,na Alemanha — Foto: Reprodução
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Em nono lugar,o Aeroporto de Zurique,na Suíça — Foto: Reprodução
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Em décimo lugar,o Aeroporto de Istambul,na Turquia — Foto: Reprodução
A premiação anual World Airport Awards analisa e avalia o atendimento ao cliente e a infraestrutura.
— Não há decisão do ministério de rever ou suspender essa portaria que se iniciou dia 1º de janeiro de 2024. Não há movimento nesse sentido. O que nós estamos fazendo são estudos ao lado do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Anac para a gente ter um diagnóstico do primeiro ano da portaria implementada — disse o ministro ao GLOBO.
Segundo o ministro,os estudos serão concluídos em março do ano que vem e a “decisão será compartilhada”.
O governador do Rio,afirmou que o estado não pode aceitar uma redução de voos no Galeão. Ele lembra que a limitação do Santos Dumont resultou de dois anos de negociações.
— Nós entendemos,junto com o estudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil),que eram importantes esses voos para o Galeão para que nós pudéssemos fortalecer o aeroporto,que é tão importante para o turismo e para o desenvolvimento econômico do Estado. E vem dando certo. Achamos positiva a questão do estudo,desde que a perspectiva seja de aumentar o número de turistas e não de tirar voos do Galeão e passar esses voos para o Santos Dumont — disse ele.
— Ainda vamos analisar o estudo,mas de forma alguma vamos aceitar que se tire voos do Galeão e se coloque no Santos Dumont,a não ser na perspectiva de aumentarmos os voos dos dois aeroportos.
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Entidades da indústria e do comércio acompanharam os argumentos do prefeito e do governador do Rio. A Fecomércio RJ afirmou que a proposta “significa um inaceitável retrocesso e será fatal para economia e o turismo do Rio”. Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) disse que “essa nova tentativa absurda de esvaziar o Galeão vai totalmente na contramão dos interesses do nosso estado e de todos os municípios da região metropolitana”.
A Associação Comercial do Rio (ACRJ) e a Associação de Indústria (Rio Indústria) também rechaçaram a ideia. De janeiro a outubro deste ano,os dois aeroportos registraram movimento de 16,8 milhões de passageiros,4,5% a mais sobre igual período do ano passado,segundo estudo da Secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio.
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A circulação no Santos Dumont diminuiu 49,5%,para 5,09 milhões,enquanto no Galeão houve aumento de 95%,para 11,7 milhões. O aeroporto internacional teve alta de 30,8% de passageiros de voos domésticos e de 153,9% em voos vindos do exterior.
“Vale destacar que,desde a implementação da medida,a movimentação de turistas nos aeroportos do Rio de Janeiro cresceu 4,enquanto a movimentação de cargas aumentou 25%. Ressaltamos que,para o próximo ano,é necessário desenvolver uma visão estratégica para fortalecer ainda mais a aviação no Estado do Rio de Janeiro,em colaboração com todos os atores envolvidos. Além disso,é importante avaliar a necessidade de a Infraero expandir suas fontes de receita”,diz texto do ministério sobre a proposta.
O secretário estadual da Casa Civil,Nicola Miccione,também atacou a ideia:
— O governo do estado é contra aumento que não seja embasado em critérios técnicos. Há documentos do governo federal e da Anac que indicam que a capacidade máxima é de 6,5 milhões (do Santos Dumont). O respeito a essa capacidade já permitiu mais voos e passageiros no Galeão,o que gera mais conexões com países e transporte de carga,gerando renda para o estado. Esperamos que não seja lobby de companhias que não querem voar do Galeão ou interesses corporativos desfavoráveis à economia fluminense.
A RIOgaleão,concessionária que administra o Aeroporto Internacional do Rio,afirmou que a coordenação dos aeroportos amplia a conectividade aérea e contribui para o desenvolvimento econômico. E que seguirá atuando para atrair mais companhias aéreas,passageiros e novos negócios.
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