"Prevê-se uma ligeira retoma do crescimento para 2024 -- reforçando-o ainda mais em 2025 --,mas as perspetivas a médio prazo continuam a ser difíceis. O crescimento da área do euro está a recuperar,embora a partir de uma taxa baixa",indica o FMI numa avaliação hoje publicada sobre a situação económica da área da moeda única.
Para tal contribui,de acordo com a instituição financeira internacional,um "aumento dos salários reais e uma certa redução da poupança das famílias",potenciando "uma recuperação impulsionada pelo consumo" este ano e,para o ano seguinte,que uma "flexibilização das condições de financiamento apoie uma recuperação do investimento,enquanto o emprego saudável e o crescimento dos salários nominais continuam a apoiar o consumo".
A opinião do FMI,hoje divulgada no Luxemburgo à margem de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro,é de que,"após a pandemia,o corte do gás na Rússia e as consequências da guerra na Ucrânia,a economia da área do euro está a recuperar gradualmente e a inflação está a aproximar-se do objetivo".
No que toca à inflação,a expectativa do FMI é que se consiga,no segundo semestre de 2025,chegar ao objetivo de estabilidade de preços,atribuindo o fundo o resultado em parte ao "aumento da restritividade da política monetária em 2022-23" do BCE,bem como à queda do preço das matérias-primas.
Perante este cenário,o FMI sugere que o banco central da moeda única possa "adotar gradualmente uma orientação menos rígida da sua política monetária,a um ritmo que depende dos dados que forem chegando".
"A trajetória de desinflação projetada e os riscos equilibrados que a rodeiam -- com base na informação atual -- permitem que as taxas de juro possam ser gradualmente reduzidas até atingirem uma orientação neutra,consistente com uma taxa de política terminal de cerca de 2,5% até ao final do terceiro trimestre de 2025",propõe.
Na visão do FMI,"a continuação da flexibilização monetária gradual e contínua permitiria alcançar um equilíbrio entre manter as expectativas de inflação ancoradas e evitar uma excessivamente restritiva".
Ainda de acordo com esta avaliação internacional,"os bancos [da zona euro] têm-se mostrado resistentes à subida acentuada das taxas de juro",acrescenta o FMI,falando em "sinais tranquilizadores".
A médio prazo,"espera-se que o crescimento seja travado pelo envelhecimento da população e pelo baixo crescimento da produtividade",alerta o FMI,pedindo a "estabilização macroeconómica bem calibrada e reformas estruturais para reforçar a arquitetura da UE e o mercado único".
Em causa estão "desafios significativos" que,além dos demográficos e de produtividade,assentam em menores reservas orçamentais,na intensificação das tensões geopolíticas,em conflitos comerciais e em distorções da política industrial.
Hoje,a diretora-geral do FMI,Kristalina Georgieva,está no Luxemburgo para uma discussão com os ministros do Eurogrupo,à margem do qual tem uma reunião bilateral com o ministro português das Finanças,Joaquim Miranda Sarmento.
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