Os prefeitos Ricardo Nunes (SP),Eduardo Paes (RJ) e Fuad Noman (BH) — Foto: sadora de Leão Moreira/Governo do Estado de SP,Roberto Moreyra,Rodrigo Clemente / PBH
GERADO EM: 09/09/2024 - 03:30
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
O início do horário eleitoral teve impacto positivo para os prefeitos de São Paulo,Rio e Belo Horizonte. A primeira pesquisa Datafolha desde o início da propaganda no rádio e na TV,divulgada na última quinta-feira,consolidou o favoritismo de Eduardo Paes (PSD) na disputa carioca. Já Ricardo Nunes (MDB),na capital paulista,e Fuad Noman (PSD),na mineira,ganharam motivos para acreditar que as inserções podem ajudá-los nos processos eleitorais embaralhados que enfrentam este ano.
Datafolha: Paes retoma patamar de avaliação que tinha em 2012,quando foi reeleito com folga
Na maior cidade do país,depois de cair quatro pontos na pesquisa anterior,Nunes se recuperou e oscilou três para cima. Aparece agora com 22%,o mesmo número que Pablo Marçal (PRTB),e também está empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL),que se manteve em 23%.
A chave para entender o impacto da TV está na leitura da pesquisa pelo recorte por renda. Entre os que ganham até dois salários mínimos,o candidato à reeleição subiu dez pontos. Também foi nesse segmento que a rejeição a Marçal mais subiu,ajudando a puxar uma alta geral de oito pontos no percentual de paulistanos que o repelem.
— Com o início da propaganda eleitoral,a campanha começou de verdade,crescendo a exposição de Nunes no rádio e na TV,mídias muito importantes na comunicação com a periferia da capital paulista — avalia o fundador do Locomotiva,Renato Meirelles,em análise feita no âmbito da parceria entre o instituto e o GLOBO.
Prefeitos melhoram nas pesquisas — Foto: Editoria de Arte
Com a exposição de feitos da gestão na propaganda,Eduardo Paes conseguiu não só manter a vantagem confortável nas intenções de voto,com oscilação de três pontos para cima,como também melhorar — para fora da margem de erro — dados importantes como a votação espontânea,rejeição e avaliação de governo.
No cenário em que os entrevistados não são apresentados ao cardápio de candidatos disponíveis,o prefeito já registra 39%,oito a mais do que em agosto,e ostenta uma sólida consolidação do voto. Ao mesmo tempo,diminuiu em cinco pontos a rejeição,agora em 14%,e melhorou em cinco pontos a avaliação do governo,considerado ótimo ou bom por 50% dos cariocas e ruim ou péssimo por 13%.
Assim como Nunes com Marçal,Paes celebra o resultado da pesquisa para o principal adversário na disputa,Alexandre Ramagem (PL). O candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro até oscilou dois pontos para cima na intenção de voto,agora em 11%,mas viu a rejeição subir seis pontos.
Fuad Noman compartilha algumas semelhanças com Nunes. Ambos eram vices,assumiram as respectivas prefeituras nos últimos anos e enfrentam agora a primeira eleição majoritária como cabeças de chapa. Têm como desafio convencer o eleitorado de que merecem um segundo mandato.
Em BH,Fuad conseguiu subir quatro pontos no Datafolha,na esteira de um programa eleitoral focado em se apresentar a destacar o que tem feito na cidade. Foi o único candidato que cresceu acima da margem de erro entre as pesquisas de agosto e setembro. Agora,desponta com 14% — ainda distante do líder Mauro Tramonte (Republicanos),que tem 29%,mas já numericamente em segundo.
— Fuad já trabalhava em pré-campanha,fazia comunicação da prefeitura,mas chega na eleição com índices altíssimos de desconhecimento. Com uma televisão bem feita,o crescimento foi esse — afirma o marqueteiro do candidato,Paulo Vasconcelos.
Ao contrário do que alguns vaticinaram,diz ele,a TV não passou a ser inútil após a ascensão da internet como ferramenta de campanha.
— Tinha lido alguns comentários precipitados,já condenando a TV como um produto de velha guarda. Mas o que ela tem mostrado é a eficiência para quem tem tempo e o que mostrar. Quando a campanha começou,era tratada como a ferramenta dos marqueteiros dinossauros,mas não é. Trará resultados — diz.
No Rio,Vasconcelos enfrenta o oposto: ele trabalha na campanha de Ramagem,que vê Paes se destacar em diferentes aspectos da pesquisa.
— Eduardo já tinha comunicação de governo,grande estrutura de redes sociais,e o Ramagem chegou muito em cima da hora. Há muita coisa em construção,como o impulsionamento de rede,e acho que a TV poderá dar a ele um bom resultado — aponta. — Com um índice de desconhecimento assombroso,os primeiros 10,15 dias na TV são quase um pedágio para Ramagem.
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro