Candidato à prefeitura do Rio,Alexandre Ramagem abriu a série de entrevistas com postulantes à Prefeitura do Rio de Janeiro — Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo
GERADO EM: 20/09/2024 - 03:30
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Com um avanço de seis pontos na pesquisa Datafolha divulgada ontem,o candidato do PL à prefeitura do Rio,dá sinais de ter atraído o eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro,seu padrinho político,mas ainda assim sem ameaçar a liderança do prefeito Eduardo Paes (PSD) na disputa carioca. Com uma gestão bem avaliada por mais da metade do eleitorado,segundo o levantamento,Paes manteve os 59% de intenções de voto que o mesmo instituto havia registrado há duas semanas,a despeito de Ramagem ter passado de 11% a 17% no mesmo intervalo. A margem de erro é de três pontos.
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Além de arregimentar o apoio do bolsonarismo,a candidatura de Ramagem experimenta um salto de rejeição. De acordo com o Datafolha,37% dizem não votar “de jeito nenhum” no candidato do PL,oito pontos acima do levantamento anterior,divulgado no início do mês.
O avanço de Ramagem e a estabilidade do atual prefeito são explicados pelo encolhimento das demais opções. Em julho,na primeira rodada de pesquisas eleitorais do Datafolha,as outras candidaturas além de Eduardo Paes e Alexandre Ramagem somavam 19% das intenções de voto,mesmo percentual dos que diziam votar em branco,nulo ou que não sabiam. Agora,segundo pesquisa,esses percentuais recuaram a 13% e 12%,respectivamente.
O candidato que aparece numericamente em terceiro,Tarcísio Motta (PSOL),segue estacionado desde o primeiro levantamento,oscilando dentro da margem de erro; agora,ele registra 7% das intenções de voto.
Segundo o Datafolha,Ramagem passou a aparecer com 41% da preferência dos eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022. O candidato do PL subiu 12 pontos neste segmento e,pela primeira vez,aparece numericamente à frente de Paes,que passou de 45%,na última pesquisa,para 38%.
Ramagem também evoluiu em segmentos que habitualmente deram maiores percentuais de votos ao ex-presidente no Rio. Entre os evangélicos,por exemplo,o candidato do PL passou de 12% para 22%,na comparação com a pesquisa Datafolha de duas semanas atrás. O avanço foi semelhante entre eleitores com mais de 60 anos (de 13% para 20%) e entre os mais ricos (de 14% para 23%).
Nos três segmentos,porém,Paes sustentou percentuais similares aos que já havia registrado na pesquisa anterior,sem dar sinais de desidratação. No eleitorado evangélico,alvo de sucessivos acenos do atual prefeito em idas a cultos e em alianças políticas,Paes manteve 54% das intenções de voto.
A pesquisa divulgada ontem apontou ainda que a gestão de Paes é considerada ótima ou boa por 51% dos entrevistados. É um percentual ligeiramente superior ao patamar que o prefeito registrava em julho,antes do início oficial da campanha,quando era bem avaliado por 46%.
Enquanto Ramagem tem usado a propaganda eleitoral para colar sua imagem à de Bolsonaro,Paes tem buscado enfileirar obras concluídas ou iniciadas em seu terceiro mandato na prefeitura. Apesar do bombardeiro de adversários como Ramagem e também de Tarcísio Motta e de Rodrigo Amorim (União) contra sua gestão,o atual prefeito mantém um percentual relativamente baixo de avaliações ruins ou péssimas: eram 16% em julho,segundo o Datafolha,e agora são 13%.
Nesta parcela estreita do eleitorado carioca,Ramagem abre sua maior vantagem para Paes: o candidato do PL é o preferido de 41% dos que reprovam a atual gestão. Um em cada quatro eleitores neste grupo,pretendem votar em branco ou anular.
O levantamento também sugere uma maior definição do voto por parte dos eleitores cariocas,restando menos de três semanas para o primeiro turno. Na modalidade espontânea,em que o entrevistado responde sem ter acesso antes a uma lista de candidatos,o percentual de indecisos vem despencando desde o fim de agosto,quando eram 49%; agora,são 30% os que não apontam candidato.
Paes é citado espontaneamente por 44% dos entrevistados,enquanto Ramagem é lembrado por 11%. Ambos avançaram em ritmo semelhante,por volta de cinco pontos,na comparação com a última pesquisa.
O aumento de 14 pontos na taxa de conhecimento de Ramagem,que chegou a 68% nesta pesquisa foi acompanhado por um salto em sua rejeição,para 37%,agora descolada de outros candidatos. O segundo percentual mais alto de rejeição é de Tarcísio e de Cyro Garcia (PSTU),ambos representantes da esquerda,com 22% cada. Paes,por sua vez,é rejeitado por 17%.
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