"Há melhorias,de facto,relativamente à dispensa de caudal que está associado,mas ele não é suficiente. O resultado da cimeira é um bom passo,um passo em frente,mas,no nosso entender,não é suficiente",sublinhou,em declarações à agência Lusa,João Lobo.
Segundo o também presidente da Câmara de Proença-a-Nova,no distrito de Castelo Branco,é necessário garantir a construção da Barragem do Alvito,"no sentido de conseguir dar resposta às necessidades do rio Tejo".
O presidente da CIMBB considerou que o acordo formalizado na quarta-feira entre os dois governos,durante a 35.ª Cimeira Luso-Espanhola,vai garantir uma melhor qualidade da água,ainda que não resolva os problemas.
"O acordo é benéfico relativamente aos caudais e até relativamente à variabilidade dos caudais,na condição de que todos os meses estão estipulados os caudais mínimos,e isso garante uma melhor qualidade do ponto de vista da quantidade de água que está disponível no rio",disse João Lobo.
O presidente da CIMBB mencionou os efeitos das alterações climáticas,as necessidades de água,também devido à "pressão agrícola" exercida dos dois lados da fronteira,e a grande parte do curso do rio onde o baixo caudal não permite as "condições de vivência do próprio rio".
Alertou também para a "contaminação de algas infestantes",que prejudicam a atividade económica associada,e mencionou os concelhos onde é feita captação da água para abastecimento.
João Lobo defendeu ser necessário pensar no armazenamento de água que seja "uma condição de apoio aos caudais do rio Tejo".
O responsável acentuou que existia o compromisso,do anterior Governo,de a Agência Portuguesa do Ambiente avançar para o estudo com vista à construção da Barragem do Alvito,embora tenha realçado que por parte da nova ministra "não há mais indicações relativamente a isso".
"A Barragem do Alvito iria dar um contributo muito importante relativamente a estes problemas,quer na área da Beira Baixa,quer nos concelhos do Médio Tejo e também na CIM da Lezíria",preconizou.
Os governos de Portugal e Espanha comprometem-se em gerir as albufeiras no Tejo para evitar dias sem caudal,com Espanha a assegurar que liberta a partir da Barragem de Cedilho pelo menos um hectómetro cúbico diário de água.
O Movimento proTEJO criticou o acordo assinado entre os governos de Portugal e Espanha para caudais diários no rio Tejo,considerando que se desperdiçou uma oportunidade única para a implementação de caudais ecológicos no maior rio ibérico.
João Lobo afirmou compreender que instituições ou associações ambientalistas olhem com preocupação para os problemas relacionados com o caudal no rio Tejo.
A CIMBB integra os municípios de Castelo Branco,Idanha-a-Nova,Oleiros,Penamacor,Proença-a-Nova,Sertã,Vila de Rei e Vila Velha de Ródão.
A 35.ª Cimeira Luso-Espanhola decorreu quarta-feira em Faro e teve como tema central a água.
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