"Nos últimos meses vinha a verificar-se uma quebra das exportações face ao período homólogo. Mas também é certo que o primeiro semestre de 2023 tinha sido excecional,o melhor semestre de sempre,portanto os números eram muito desafiantes,e,tendo em conta alguma instabilidade que se tem verificado nos últimos tempos,não foi possível prosseguir a trajetória de crescimento nesses meses",afirmou o vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos,Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em entrevista à agência Lusa.
Rafael Campos Pereira salientou,contudo,que o crescimento homólogo de 11,5% alcançado em abril "praticamente compensou" a quebra acumulada dos últimos meses,tendo o setor encerrado o primeiro quadrimestre de 2024 com um valor acumulado de exportações apenas 2,6% abaixo do "ano extraordinário" de 2023.
"Depois de termos confirmado nos números aquilo que já era a nossa intuição no diálogo com as empresas,estamos convictos de que,pelo menos nos próximos meses,vamos continuar a crescer. Temos razões para estar relativamente otimistas e,embora seja cedo para antecipar,tenho a esperança de ultrapassar o recorde de 2023",arriscou.
Ainda assim,o dirigente associativo destaca que o segundo semestre do ano será marcado por uma forte "instabilidade e volatilidade",essencialmente resultante do atual contexto geopolítico,o que dificulta quaisquer previsões.
"Também temos a noção de que os nossos principais mercados -- que são Espanha,Alemanha e França -- não têm primado por estabilidade política e social",nota.
Para Rafael Campos Pereira,a "grande capacidade" das empresas portuguesas do setor para "ajustarem a capacidade instalada à procura" e "reagirem rapidamente" às flutuações do mercado tem sido chave neste contexto,assim como o facto de "estarem permanentemente à procura de oportunidades".
"Portanto,as empresas continuam bastante resilientes e capazes de dar resposta às encomendas mais exigentes",remata.
As exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica aumentaram 11,5% em abril,para 2.107 milhões de euros,registando o "oitavo melhor mês de sempre".
"Tratou-se do oitavo melhor mês de sempre,refletindo um crescimento de 11,5% face ao período homólogo,e pondo termo às variações homólogas negativas que vinham a verificar-se nos últimos meses",destacou a AIMMAP num comunicado divulgado no passado dia 11.
Assim,e depois de o mês de março já ter revelado "uma ligeira tendência de crescimento em cadeia",em abril "essa tendência acentuou-se,com um crescimento de 1,9% face ao mês anterior".
Em termos acumulados,o valor total das exportações do setor até abril ficou cerca de 2,6% abaixo do mesmo período de 2023,com a AIMMAP a recordar que,nos primeiros quatro meses do ano passado,foram registados "alguns dos melhores números de sempre nas exportações do Metal Portugal".
"Naquela altura,2023 apresentava um crescimento de 15,5% em relação a 2022,refletindo uma performance extraordinária devido ao período de recuperação económica face às adversidades acumuladas desde 2019",salienta.
Para a associação,o registo alcançado em abril de 2024 "é notável,confirmando e consolidando a trajetória de crescimento e dinamismo do setor metalúrgico e metalomecânico" num ano em que o setor "continua a enfrentar um contexto particularmente desafiador,marcado pela incerteza quanto à evolução da conjuntura política e económica mundial,especialmente devido à situação de guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza".
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