Petistas avaliam que indiciamento macula imagem de ex-presidente; bolsonaristas,por sua vez,criticam a PF — Foto: Brenno Carvalho/ Pedro França/Agência Senado
GERADO EM: 08/07/2024 - 04:30
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no suposto esquema de desvio de joias do acervo presidencial esquentou a disputa eleitoral deste ano. Líderes da base do governo Lula passaram a usar o caso para desgastar a imagem do adversário,que será um dos principais cabos eleitorais do PL no pleito municipal. Aliados de Bolsonaro,por outro lado,partiram para cima da Polícia Federal — responsável pelo inquérito — e pintaram o ex-presidente como um “perseguido político”.
Datafolha: Lula é aprovado por 34% em SP,45% em Recife e 33% em Rio e BH; veja aprovação de governadoresSonar: Ministro de Lula ironiza evento em SC com presença de Milei e Bolsonaro: 'Encontro de terraplanistas'
A presidente do PT,Gleisi Hoffmann,diz que Bolsonaro terá de “prestar conta pelos crimes” e que ele está “a caminho do banco dos réus”.
— Com certeza isso tira a aura de honesto que ele tanto tenta se colocar — diz Gleisi.
O presidente do PL,Valdemar Costa Neto,afirma que a “PF tem que prender traficantes e não Bolsonaro”.
Apesar do indiciamento,o ex-presidente é visto como peça essencial no plano do PL de ampliar o número de prefeituras. Ele deve manter o ritmo de viagens,mesmo se o indiciamento se transformar em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Bolsonaro participou de um evento conservador em Balneário Camboriú (SC) no fim de semana e afirmou que está à disposição para ser “sabatinado” sobre qualquer assunto.
Secretário de comunicação do PT,Jilmar Tatto diz que o ex-mandatário continuará com força,mas que o indiciamento o “descapitaliza”.
— Há um processo de fazer com que a militância dele fique mais envergonhada,menos aguerrida. Isso pode ter efeito nas eleições. Esse povo está com Bolsonaro,mas daqui a pouco vai para casa e enrola a bandeira — disse ele.
Um marqueteiro de campanhas de esquerda avalia que o impacto é menor do que o lulismo pensa,porém maior do que o bolsonarismo presume. Na avaliação,o indiciamento tende a pesar entre o eleitorado que está em cima do muro em meio à polarização.
Nas redes sociais,o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos comemorou: “Um dia que começa com Bolsonaro indiciado tem tudo pra ser um grande dia”.
Já os pré-candidatos bolsonaristas saíram em defesa e minimizaram os efeitos do indiciamento nas eleições.
— Os últimos acontecimentos não interferem no cenário eleitoral. Aliás,o tiro vai sair pela culatra — afirma o ex-ministro Marcelo Queiroga (PL),pré-candidato à prefeitura de João Pessoa.
Coube ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fazer os ataques mais duros à PF e dar o tom de como devem se portar os bolsonaristas.
— Esse pequeno grupo de policiais que estão se sujeitando a usar a máquina pública para perseguir inocentes,um dia,ainda vai sentar no banco dos réus. No caso das joias,sequer há crime — disse Flávio.
Os ataques à PF,no entanto,tendem a ter um limite,uma vez que um dos principais pré-candidatos de Bolsonaro é o ex-delegado da corporação Alexandre Ramagem,que disputa a prefeitura do Rio. Procurado,ele não se manifestou. Bolsonaro ainda não fez comentários s
© Reportagem diária do entretenimento brasileiro