"Nós consideramos que é indispensável chegar rapidamente a uma decisão histórica",frisou o Presidente italiano,Sergio Mattarella,ao lado de Lula da Silva,no Palácio do Planalto em Brasília,numa declaração hoje à imprensa sem direito a perguntas.
O Presidente italiano,que chegou ao Brasil para uma viagem de cinco dias,que inclui cidades como Brasília,Salvador,Rio de Janeiro e Porto Alegre,enalteceu o facto de,quando assinado,este acordo será fundamental para a manutenção da paz e trará uma forte componente de "integrações continentais".
Lula da Silva,por outro lado,reiterou "o interesse d o Brasil em concluir o quanto antes o acordo com a União Europeia",mas avisou que este acordo tem de ser equilibrado.
As taxas de carbono impostas unilateralmente pela União Europeia para a assinatura do acordo entre o bloco europeu e o bloco composto pela Argentina,Brasil,Paraguai,Uruguai e Bolívia (que entrou na semana passada) foram criticadas pelo chefe de Estado brasileiro.
Apesar de ser importante a redução do carbono,disse,não deve ser feita em medidas unilaterais que afetam os agricultores brasileiros" e consumidores italianos,considerou o Presidente brasileiro.
O acordo COMERCIAL visa eliminar a maior parte dos direitos aduaneiros entre as duas zonas,criando um espaço de mais de 700 milhões de consumidores da União Europeia e do Mercosul (Brasil,Argentina,Uruguai,Paraguai e Bolívia).
Depois de ter sido alcançado um acordo político em 2019,a oposição de vários países,incluindo a França,bloqueou a sua adoção final,uma oposição que se tornou mais forte com a crise agrícola que assola a Europa.
Outros países europeus,como a Alemanha,Espanha e Portugal defendem a sua conclusão e entrada em vigor.
Durante a declaração à imprensa,os dois presidentes recordaram e enfatizaram o facto de o Brasil presidir o G20,enquanto Itália preside o G7,com uma agenda comum que incluiu a luta contra a fome e a desigualdade.
A visita oficial de Sergio Mattarella está muito centrada no aniversário do início 150 anos da imigração italiana no Brasil,no qual se calcula que,hoje,existam 35 milhões de descendentes italianos,sendo a maior comunidade do mundo de descendência italiana.
Antes da declaração à imprensa,os dois países assinaram acordos bilaterais para reforçar a cooperação em áreas como ciência e tecnologia e ainda o reconhecimento das cartas de condução.
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