Na atualização mensal publicada no portal do Banco Popular da China na Internet,a instituição indicou que a taxa de juro de referência a um ano (LPR,na sigla em inglês) se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês.
Este indicador,estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019,é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos - geralmente destinados às empresas - e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.
É calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos - incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado - e tem como objetivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a "economia real".
Após ter mantido a taxa de juro em 3,45% desde agosto de 2023,o banco central efetuou uma redução inesperada de 10 pontos base,para 3,35%,em julho,embora os peritos a tenham considerado insuficiente para fazer grande diferença na atividade económica.
Julian Evans-Pritchard,analista da Capital Economics,explicou na altura que estavam excluídos cortes profundos,tendo em conta o interesse das autoridades em estabilizar os rendimentos a longo prazo e em abrandar a desvalorização do renmimbi,a moeda nacional,apesar de algumas vozes apelarem a que a ameaça de deflação seja tida mais em conta quando se aposta na flexibilização monetária.
"Neste momento,devemos concentrar-nos no combate às pressões deflacionistas",afirmou este mês o antigo governador do banco central,Yi Gang.
Com cada vez mais vozes a juntarem-se a esse apelo e com a Reserva Federal dos Estados Unidos a iniciar um novo ciclo de cortes nas taxas,empresas de consultoria como a Trading Economics previam um corte de cerca de 15 pontos base este mês.
O banco central chinês também indicou hoje que a LPR a mais de 5 anos - a referência para o crédito à habitação - permanecerá em 3,85%,depois de também ter descido 10 pontos de base em julho.
Em fevereiro,o banco central baixou a taxa de referência em 25 pontos de base,de 4,2% para 3,95%. Esta foi a maior descida desde que as autoridades chinesas inauguraram o sistema LPR,em 2019,e superou também as expectativas do mercado,que antecipava uma descida de 15 pontos base.
De acordo com os analistas,a decisão de realizar uma descida maior do que o previsto no LPR a 5 anos ou mais teria demonstrado a preocupação de Pequim com o mercado imobiliário,que está mergulhado há mais de dois anos numa crise,bem como a intenção de continuar a promover medidas para o reanimar.
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