"Os desafios estão aí,as empresas já estão a lutar com diminuição do volume de negócios,do volume de encomendas",sublinhou Luís Miguel Ribeiro,precisando que a atual conjuntura internacional,com os principais destinos das exportações em dificuldades e a concorrência de outros blocos económicos,faz com que as empresas estejam hoje "já com um cenário que é difícil de gerir",em que "insolvências,lay-off e outras situações" começam a "ser uma realidade".
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios para o programa Conversa Capital,o presidente da AEP,Luís Miguel Ribeiro,refere que as medidas e sinais que o Governo tem dado,nomeadamente no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025),"são positivos" e "vão na direção certa",mas que depois lhes falta a "intensidade certa",sublinhando a necessidade de ser dada uma resposta,no imediato,ao desafio da competitividade externa.
Sobre a atuação do Ministério da Economia faz uma leitura semelhante,reconhecendo "abertura e vontade de fazer",mas que "falta fazer",sublinhando que há coisas que se podem concretizar para as quais não é preciso dinheiro,sendo apenas necessário agilizar o funcionamento.
"As empresas estão hoje já com um cenário que está a ser difícil de gerir [...] e ou têm aqui no Estado nas políticas públicas algo que contribui para diminuir este desafio da competitividade externa ou vamos ter um período muito difícil",precisa.
Neste contexto,afirma,"não chega apontar boas intenções",sendo "preciso capacidade de responder e capacidade de resposta no imediato" porque "os desafios estão aí".
O presidente da AEP disse ainda que esta é uma situação que não está apenas a ser vivida por um ou outro setor,como o têxtil ou o calçado,mas que se começa também a perceber em vários,apontando o "setor da metalomecânica,da construção e outros".
Nesta entrevista,o presidente da AEP acusou ainda a AICEP de estar parada na articulação com as associações empresariais e de dificultar a realização de missões ao estrangeiro,apontando à fraca execução do PT20230 que neste momento,disse,ronda os 4%.
Sobre o Banco de Fomento,Luís Miguel Ribeiro refere que atualmente há "muitas situações em que as empresas acedem a linhas de financiamento via Banco de Fomento que são mais caras do que na banca comercial",considerando ainda que "o débil funcionamento" deste banco "impactou negativamente o funcionamento" das sociedades de garantia mútua.
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